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Moro envia para o STF documentos de duas fases da Lava Jato

O juiz Sérgio Moro encaminhou ao Supremo Tribunal Federal os documentos ligados a duas fases da Operação Lava Jato. Entre eles, planilhas com nomes de mais de 200 políticos, muitos com foro privilegiado. O Supremo decide, agora, o que vai julgar e o que pode voltar para Sérgio Moro.

As investigações da Operação Acarajé começaram com a apreensão de documentos que indicam supostos pagamentos de propina com dinheiro desviado da Petrobras para o marqueteiro João Santana e a mulher, Mônica Moura, responsáveis pelas três últimas campanhas do PT para presidente. A força-tarefa afirma que os pagamentos foram feitos pelo lobista Zwi Skornicki e por executivos ligados à Odebrecht. Alguns durante o período das eleições de 2014.

Nessa operação, a Polícia Federal também apreendeu planilhas com mais de 200 nomes de políticos de 24 partidos na casa do executivo afastado da Odebrecht Benedicto Barbosa Junior, preso em fevereiro e depois liberado.

Essas investigações deram origem a uma nova fase, chamada Xepa, que apurou a existência de um departamento de contabilidade paralela da empresa.

A descoberta das planilhas na casa de Benedicto Junior com tantos nomes de políticos com foro privilegiado levou o juiz Sérgio Moro a enviar, nesta segunda-feira (28), todo o material das operações Acarajé e Xepa ao Supremo Tribunal Federal. Autoridades com foro privilegiado só podem ser alvo de processo no STF.

Na decisão, Moro afirmou que “quanto aos pagamentos identificados nas planilhas apreendidas, é prematura qualquer conclusão quanto à natureza deles”. Disse também que “o ideal seria antes aprofundar as apurações, para remeter os processos apenas diante de indícios mais concretos de que os pagamentos seriam ilícitos”. Mas que “a cautela recomenda que a questão seja submetida logo ao Supremo”.

Cabe agora ao STF decidir quem investiga as planilhas e como fica a situação dos que não têm foro privilegiado. É o caso de todos os presos nas operações Acarajé e Xepa. O Supremo pode, por exemplo, dividir as investigações. Aí, só os casos dos políticos com mandato ficariam em Brasília. Os outros voltariam a ser julgados pelo juiz Sérgio Moro.

Fonte: Jornal Nacional