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Médica cubana entra com pedido de refúgio após abandonar Mais Médicos

A médica cubana Ramona Rodríguez entrou nesta quarta-feira com um pedido de refúgio no Ministério da Justiça depois de abandonar o programa Mais Médicos e se abrigar na Câmara dos Deputados alegando ter sido enganada pelo governo cubano.

Ramona, de 51 anos, se refugiou no gabinete do DEM na noite de terça-feira, onde passou a noite em um sofá, e disse que o governo comunista cubano ficava com grande parte do salário que ela recebia no programa brasileiro.

“Entramos com o pedido de refúgio! Ramona Matos Rodríguez está livre, pode se locomover pelo país”, disse o vice-líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado, em mensagem no Twitter na noite desta quarta-feira.

O Ministério da Justiça confirmou que Ramona entrou com um pedido de refúgio nesta quarta-feira. Enquanto o processo de refúgio tramita, pedidos de expulsão ou extradição ficam em suspenso.

“Estou muito feliz, estou me sentindo como uma pessoa livre. Agradeço a todas as pessoas que me ligaram, que me apoiaram nessa luta porque foi uma luta muito grande. Agradeço aos deputados, ao povo brasileiro e agradeço pela vida. Não tenho palavras para agradecer”, disse Ramona, de acordo com uma nota divulgada pelo DEM.

Ramona faz parte de um grupo de 7.400 cubanos trazidos ao Brasil para trabalhar no Mais Médicos, o programa do governo federal que contrata médicos brasileiros e estrangeiros para regiões remotas do país e periferias de áreas metropolitanas.

A cubana chegou ao Brasil em outubro e estava trabalhando em Pacajá, no Pará, até viajar no fim de semana a Brasília. Ela afirmou a jornalistas que se sentiu enganada pelo governo de Cuba, já que colegas de outras nacionalidades estavam ganhando mais.

Nos termos de um acordo assinado no ano passado com Cuba por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), os cubanos recebem apenas um quinto dos 10.000 reais por mês que o Brasil paga a cada médico no programa. O restante vai para o governo cubano.

Os cubanos recebem 800 reais para se manterem no Brasil e 1.200 reais são depositados em uma conta em Cuba para suas famílias, que não têm permissão para acompanhá-los ao Brasil.

Fonte: Reuters