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Lula pedirá à Justiça anulação de ação sobre propina da Odebrecht

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedirá à Justiça a anulação do processo que tem o petista entre os réus pelo suposto recebimento de 12,9 milhões de reais em propinas da Odebrecht, por meio da compra de um terreno que abrigaria a sede do Instituto Lula, em São Paulo, e um apartamento em São Bernardo do Campo.

Os advogados de Lula anunciaram a medida por meio de nota, depois de o juiz federal Sergio Moro negar nesta quinta-feira, pela segunda vez, a oitiva do advogado Rodrigo Tacla Durán em um procedimento que apura se documentos apresentados pelo Ministério Público Federal no processo são falsos. Tacla Duran prestou serviços à Odebrecht entre 2011 e 2016 e está foragido da Lava Jato. Ele vive na Espanha e, em depoimento à CPMI da JBS por videoconferência, na semana passada, afirmou que o sistema que gerenciava o departamento de propinas da empreiteira foi adulterado.

“Tacla Duran fez referências específicas em seu depoimento na CPI sobre supostas adulterações de documentos que estão relacionados ao incidente de falsidade proposto pela defesa de Lula, dentre outros temas. Por isso, seu depoimento se mostra relevante para contextualizar a forma como os documentos questionados pela defesa do ex-Presidente foram produzidos e levados ao processo”, diz a defesa de Lula.

Ao decidir novamente sobre o assunto, Moro repetiu o argumento de que não há “qualquer elemento probatório mínimo que indique envolvimento específico dele [Tacla Duran] nas operações que constituem objeto da presente ação penal”. No despacho do último dia 28 de novembro, o magistrado havia afirmado que a palavra do ex-advogado da Odebrecht “não é digna de crédito”.

Na nota divulgada nesta quinta-feira, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente, diz que a decisão de Moro cerceia o direito de defesa e mostra que o petista não tem o mesmo tratamento que o Ministério Público Federal no processo. “É mais um ato que contamina o processo de nulidade insanável”, conclui.

Fonte: VEJA