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Justiça condena cúpula da Camargo Corrêa por corrupção e lavagem de dinheiro

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef, um policial e três ex-executivos da construtora Camargo Corrêa foram condenados, nesta segunda-feira (20/07), a vários anos de prisão e multas por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e atuação em organização criminosa referentes a superfaturamento e pagamento de propina para a obtenção de contrato de obras de refinarias da Petrobras.

A sentença conferida pelo juiz Sergio Moro, responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato, se referem às obras da Repar (Refinaria de Getúlio Vargas), no Paraná, e da Rnest (Refinaria Abreu e Lima), em Pernambuco. Esta é a primeira condenação relacionada com a operação que, em março do ano passado, tornou público o esquema ilegal dentro da Petrobras envolvendo executivos das principais empreiteiras do país, vários diretores da companhia estatal e dezenas de políticos.

Os seis condenados – além de Costa e Yousseff, o ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o ex-presidente do conselho administrativo da Camargo Corrêa, João Auler, o ex-vice-presidente da empreiteira Eduardo Hermelino Leite e o ex-presidente da construtora Dalton Avancini – podem recorrer da decisão de Moro ao Tribunal Regional Federal (TRF). Se a sentença for mantida, eles podem recorrer depois Superior Tribunal de Justiça (STF).

Os três executivos da construtora estavam afastados desde suas prisões em novembro de 2014 e foram demitidos recentemente. Avancini e Leite fizeram acordo de delação premiada com a Justiça, em troca de penas mais brandas. Ambos estão em prisão domiciliar. Os dois disseram que a Camargo Corrêa participava do grupo de empreiteiras que pagava propina para conseguir contratos com a Petrobras. Já Auler não aceitou colaborar com a Justiça, mas também foi demitido.

De acordo com a sentença, a Camargo Corrêa pagou 50 milhões de reais de propina à Diretoria de Abastecimento da Petrobras apenas nesses dois contratos. De acordo com a sentença de Moro, o valor equivale a 1% do valor das obras. Este é o montante definido pelo juiz como ressarcimento a ser feito à estatal pelos condenados, além de outras multas criminais e civis.

O ex-diretor da Petrobras e o doleiro também têm acordo de delação premiada. Eles terão suas penas somadas às demais que já sofreram na Operação Lava Jato.

Fonte: Terra