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Jornal britânico sugere renúncia de Dilma por risco de intervenção militar

O jornal britânico “The Observer”, edição dominical do “The Guardian”, defendeu a saída da presidente Dilma Rousseff e a convocação de novas eleições no país.

O editorial publicado neste domingo (20) cita que a preparação brasileira para a realização dos Jogos Olímpicos em agosto, no Rio, se dá em meio a uma crise econômica, o pânico com a epidemia do vírus da zika, protestos e um escândalo de corrupção -eis por que o jornal traça um paralelo com a “maratona” que será necessária para resolver a crise atual.

“Uma preocupação óbvia é que esses protestos [pró e contra o governo], se perderem o controle, possam degenerar em violência generalizada, levando ao risco de intervenção militar”, diz o texto.

Para o “Observer”, a democracia brasileira, restabelecida em 1985, “ainda não é uma planta tão robusta que não possa ser desenraizada de novo por uma combinação de fracasso político e emergência econômica generalizados”.

Por isso, finaliza o editorial, “o dever de Dilma é simples: se ela não pode restabelecer a calma, deve convocar novas eleições -ou sair”.

CRISE POLÍTICA E ECONÔMICA
O jornal britânico lembra que os escândalos de corrupção atingem “Dilma, Lula, líderes da oposição e muito do establishment do país”, incluindo “cerca de um quarto dos membros do Congresso”, e vêm acompanhados de uma crise econômica.

“Como exportador líder de commodities como açúcar, carne, café, tabaco e soja, [a economia brasileira] foi desproporcionalmente atingida pela queda na demanda global hoje em curso”, diz o editorial, que ressalva, citando as políticas intervencionistas do primeiro mandato de Dilma, que o sofrimento brasileiro foi também autoinfligido.

O “Observer” também faz um paralelo da crise brasileira com o contexto da América Latina, de “recuo” da esquerda, lembrando a morte de Hugo Chávez -que pôs a “revolução bolivariana de joelhos” na Venezuela- e a guinada à direita da Argentina.

“O Brasil mostra que os líderes da esquerda cometeram muitos erros. Mas não é sua ideologia que é rejeitada -e, sim, sua incompetência e ilegalidades.”

Fonte: Folhapress