O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta quinta-feira (18) uma nota aos integrantes da Procuradoria Geral da República (PGR) na qual afirma que a prisão do procurador da República Ângelo Goulart Villela, que atua no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tem um “gosto amargo” para a instituição.
Goulart Villela foi preso pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta, por ordem do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é acusado de tentar interferir nas investigações da Operação Greenfield, que apura irregularidades em fundos de pensão. O próprio Janot pediu ao STF a prisão preventiva (sem prazo determinado) de Villela.
Além da prisão do procurador da República, Janot solicitou ao STF, pelos mesmos motivos, a prisão do advogado Willer Tomaz, supostamente ligado ao deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na mensagem aos integrantes da PGR, Rodrigo Janot afirmou que a prisão do procurador da República e do advogado foi embasada em robusta documentação.
“Foi deflagrada nesta quinta-feira, 18 de maio, mais uma fase do caso Lava Jato, especificamente a partir de investigações que correm perante o Supremo Tribunal Federal. O sucesso desta etapa, contudo, tem um gosto amargo para a nossa Instituição”, declarou.
Ainda segundo o procurador-geral, Goulart Villela e Willer Tomaz são investigados “por tentativa de interferir nas investigações da Operação Greenfield” – que apura supostas irregularidades nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis – e de atrapalhar o processo de negociação do acordo de colaboração premiada do empresário Joesley Batista, um dos do sócios da holding J&F, dona do frigorífico JBS.
Janot destacou na nota que as prisões preventivas do procurador e do advogado foram solicitadas por ele com o objetivo de “interromper suas atividades ilícitas”.
Fonte: G1