Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Holanda x México: A persistência de Arjen Robben e a classificação no último minuto

As coisas não iam bem para a Holanda na partida contra o México, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Arjen Robben, no primeiro tempo todo, pouco fez. O atacante, que gosta de ter a bola no pé, para arrancar com ela dominada feito velocista cortando quem lhe passa à frente, só assistiu às tentativas de passe frustradas e à pressão mexicana.

Os mexicanos dominaram o primeiro tempo. O esquema do técnico Louis Van Gaal não funcionou. O forte calor do começo da tarde em Fortaleza puniu os europeus, desacostumados com temperaturas tão altas. Embora marcasse 29º C, no estádio a sensação térmica chegou a 31º C. O jogo foi paralisado por duas vezes para reidratação dos jogadores.

Terminados os 45 minutos iniciais, os holandeses tiveram 15 minutos para descansar, mas três minutos depois de começada a segunda etapa, Giovani dos Santos chutou forte da entrada da grande área e acertou o canto esquerdo do goleiro Cillessen. A Holanda ignorou o forte calor e se entregou em campo. O personagem que melhor mostra essa vontade de vencer foi Robben, que não parou um minuto durante os 90 jogados.

O atacante do Bayern de Munique, que perdeu um pênalti na final da Champions League 2011/12, viu a festa do Chelsea em plena Allianz Arena, casa do time alemão. Ouviu muitas criticas, foi apontado como o vilão da derrota. Porém, um ano depois, o holandês foi autor do gol decisivo para a conquista da mesma competição, dessa vez contra o Borussia Dortmund.

Vinganças, reedições de confrontos e segundas chances fazem parte da carreira do jogador. No Mundial de 2010, pela Holanda, ele assistiu à derrota para a Espanha sem nada poder fazer. Viu o goleiro Casillas levantar a taça de campeão do mundo e o gosto amargo da derrota ficou, por quatro anos, também por tudo que representam os vice-campeonatos para os holandeses.

Na estreia das duas seleções na Copa de 2014, no Brasil, Robben foi um dos principais destaques da humilhante derrota imposta sobre a Espanha, por 5 a 1. Em um dos gols, correu, driblou o zagueiro Sergio Ramos e o goleiro Casillas, deixando-o deitado no chão. Depois da partida, ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, disse: “Se eu não arriscar, se não driblar e usar a velocidade, não serei o Robben”.

Após milagres de Ochoa, carrasco do Brasil na primeira fase, que impediram o empate no placar, a Holanda seguia, insistia, pressionava. Aos 28, Robben driblou o zagueiro Rafa Márques, chutou na grande área, mas o goleiro mexicano, fez boa defesa. Aos 43 minutos do segundo tempo, após confusão na área, Sneijder pegou a bola que picava dentro da área chutou forte, para igualar o placar. Sem chances para o goleiro mexicano desta vez.

A partida, aparentemente, iria para a prorrogação, aumentando o desgaste de todos em campo. Mas já nos acréscimos, no último minuto de jogo, Robben driblou o marcador na ponta direita e foi derrubado dentro da área, por Rafa Márquez. Pênalti para a Holanda. Huntelaar, que entrou no lugar de Van Persie no segundo tempo, garantiu a classificação, após cobrar, por sugestão do próprio Robben.

Hoje, contra o México, Robben não marcou, não vingou-se dos mexicanos, com quem não tinha algo a acertar, mas superou mais um obstáculo rumo à final da Copa do Mundo. É com ela que o atacante tem um encontro marcado, uma dívida a ser cobrada. A Holanda segue a rumo ao título mundial, feito nunca antes conquistado, mas que por três vezes bateu na trave (1974, 1978 e 2010).

 Fonte: Goal