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Greve dos guarda-vidas no Rio tem 70% de adesão

guarda-vidaO secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sergio Cortes, admitiu neste sábado a contratação, em caráter temporário, de guarda-vidas civis para os postos de salvamento da orla marítima do Rio de Janeiro, caso os guarda-vidas do Corpo de Bombeiros, que estão em greve, não retornem ao trabalho até a próxima terça-feira. Cortes percorreu neste sábado a orla carioca e constatou a ausência de 70% dos guarda-vidas nos postos de salvamento, que estão funcionando apenas com oficiais e bombeiros combatentes.

Em um fim de semana de tempo encoberto e chuva em vários pontos da cidade, é pequena a frequência de banhistas nas praias do Rio. Apesar disto, a Secretaria de Saúde instalou hospitais de campanha nas praias de Ipanema e de São Conrado, que vão funcionar aos sábados e domingos, cada um com dois leitos para recuperação de afogados, enquanto durar a greve. Nas praias de Copacabana e da Barra, o Centro de Recuperação de Afogados da Secretaria já mantém duas unidades fixas.

O comandante-geral dos Bombeiros, coronel Pedro Machado, fará segunda-feira uma convocação para que todos os guarda-vidas retornem ao trabalho no dia seguinte. O secretário Cortes acredita no esvaziamento da greve após a decretação da prisão preventiva dos líderes do movimento, decidida na última sexta-feira pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio.

“É um movimento puramente político, que perdeu totalmente sua legitimidade a partir do momento em que eles começaram a fechar ruas, quebrar ônibus, e principalmente faltar aos plantões, colocando deliberadamente em risco os banhistas , não só cariocas, mas também turistas nacionais e estrangeiros. Isso configura obviamente um crime”, disse. Os guarda-vidas querem aumento do piso salarial de R$ 950 para R$ 2 mil.

Fonte: Terra

Um comentário sobre “Greve dos guarda-vidas no Rio tem 70% de adesão

  1. Carlos Aceveda

    No governo de Sergio Cabral os bombeiros militares passaram a ser subordinados à secretaria de saúde, deste ponto em diante a classe passou a ser massacrada com sobrecarga de trabalho e pelos salários que continuam baixos. A sobrecarga veio do fato do governo do estado demitir 500 funcionários civis do SAMU, o serviço de ambulâncias e colocar bombeiros para fazer este atendimento, obviamente a verba federal para o SAMU está sendo desviada para outros fins.

    Através de seus representantes, os bombeiros militares tentaram de todas as formas abrir negociações com o comando da corporação para que o soldo inicial de incríveis 950 reais fosse aumentado, esta é a principal reinvidicação, existem outros absurdos como um salva-vida ter de implorar ao comando que forneça protetor solar aos homens que passam o dia inteiro sob o sol. Eles tem de comprar o protetor com dinheiro do próprio bolso e alguns já aprensentam casos de melanoma.

    O movimento começou nas redes sociais, pela facilidade do método e principalmente por conta do regime militar que impede a manifestação destes profissionais. Não foram ouvidos e começaram a fazer pequenas manifestações que ninguém dava bola, reuniram-se na porta do G-Mar na Barra da Tijuca, mas nos jornais isto foi mostrado como uma notinha de pé de página.

    Quando foram para o centro da cidade exercer seu direito de manifestação em frente a Alerj chegando a parar o trânsito algumas vezes começou um movimento claro na mídia de colocar a população contra as legitimas manifestações dos bombeiros. Nos jornais só líamos sobre o “nó no trânsito” ou como o carioca ficou irritado com o cerceamento de sua liberdade de ir e vir.

    Para mim fica claro que os grandes jornais atenderam a um pedido do governador, não seria bom para um grande jornal perder as gigantescas verbas de publicidade do governo do estado, que aliás se resume a isso, um governo de publicidade. Conseguiram até fazer a cidade acreditar que está pacificadda instalando UPPs em 16 comunidades num universo de 600 dominadas pelo tráfico e pela milícia.

    Ainda sobre a grande mídia, nenhuma palavra sobre a prisão política e arbitrária dos líderes do movimento. Todos na cúpula do governo federal participaram de movimentos sociais e se enaltecem por isso, ganhando inclusive gordas indenizações pagas pelo nosso bolso por terem passado duas semanas presos como no caso do Ziraldo e do Jaguar.

    O bombeiro é um profissional como um médico, a pessoa torce para nunca precisar de um, mas se precisar é melhor que o atendimento seja feito por um homem que recebe salário digno, sem sobrecarga de trabalho e que não esteja sendo massacrado porque acha que 950 reais por mês é uma porcaria de salário.

    O mesmo governo do estado e secretaria de saúde que mandou prender os líderes do movimento está envolvido em falcatruas diversas na área da saúde, foi amplamente divulgado as obscuras relações entre o secretário de saúde Sergio Cortês, seu cunhado Cesar Romero e a empresa Toesa, mas estes não vão presos.