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Governo se mobiliza contra derrubada de vetos e vê votação como teste

A manutenção dos vetos a propostas que ampliam os gastos do governo, as chamadas pautas-bomba que o Congresso deve apreciar na terça-feira, são a prioridade do governo neste momento e servirão para avaliar as dificuldades que enfrentará no Congresso nos próximos meses.

“Vamos qualificar o Congresso. Porque aí dá para ter uma dimensão das dificuldades do governo na Câmara e no Senado”, disse à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto.

O tema tomou a maior parte da reunião de coordenação política, na manhã de ontem, no Palácio do Planalto. Dois dos projetos de lei que podem ter os vetos presidenciais derrubados são o reajuste de 72 por cento, em média, do Poder Judiciário federal, que custará 25,7 bilhões de reais até 2018, e a extensão do sistema de reajuste do salário mínimo a todos os aposentados, o que pode gerar impacto de 2 bilhões de reais a cada ponto percentual de aumento concedido, segundo avaliação do governo.

A derrubada dos vetos anularia os resultados do pacote de medidas fiscais que o governo tenta aprovar para compesar o déficit no Orçamento de 2016. De acordo com a fonte do Palácio do Planalto, “o quadro ficaria muito difícil” e seria um “desastre anunciado”.

O governo conta votos para tentar conter a derrubada dos vetos. Hoje, a base governista está completamente desagregada, e os líderes calculam que o governo tenha apenas cerca de 200 votos na Câmara para aprovar as medidas do pacote fiscal.

Entretanto, segundo a fonte, a expectativa é que seja possível obter os 257 necessários na Câmara e os 41 no Senado, já que os parlamentares querem evitar a responsabilidade de aprovarem as chamadas pautas-bomba, que dificultariam ainda mais a situação econômica do país.

Na manhã desta segunda-feira, antes da reunião de coordenação política, a presidente reuniu-se a sós com o vice-presidente Michel Temer para tratar essencialmente da reforma administrativa, mas também para pedir ajuda com a base na manutenção dos vetos.

Temer almoçou depois com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com quem conversou sobre os dois temas. Ao sair do encontro, Cunha, em entrevista, afirmou que é contrário à derrubada dos vetos.

Fonte: Reuters