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Governo federal sinaliza interesse em comprar estoque de vacinas chinesas produzidas pelo Butantan

Em visita ao Instituto Butantan na manhã desta quinta-feira (13), o secretário nacional de vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, do Ministério da Saúde, disse que o governo federal tem interesse em comprar o estoque da vacina Coronavac, que está sendo testada em parceria entre o governo de São Paulo e um laboratório chinês, e será produzida pelo instituto.

“As vacinas que estiverem em fase três, com eficácia comprovada, o Ministério da Saúde fará todo o esforço para adquirir as doses”, disse Medeiros em entrevista coletiva após a visita.

Na semana passada, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), chegou a dar declarações ironizando o produto, sugerindo que o governo federal não teria interesse em tal vacina.

Entretanto, de acordo com o secretário, o governo federal “está atento à evolução de todas as vacinas e dará todo o suporte necessário para que isso se torne uma realidade para a população brasileira”.

Até o momento, são quatro os países que chegaram à última etapa do desenvolvimento da vacina: Reino Unido, China, Estados Unidos e Alemanha.

Medeiros também afirmou que o governo federal elabora um plano nacional de imunização específico para a Covid-19. A estratégia de aplicação da vacina deve ser similar a da gripe.

“A encomenda tecnológica que foi feita especificamente com a AstraZeneca é de que nós teríamos 30.4 milhões de doses, 15.2 em dezembro, 15.2 em janeiro de 2021. Fizemos um estudo para, a princípio, ter um quantitativo de doses iniciais de 100 milhões. E, pelo óbvio, faremos um estudo epidemiológico para vermos o comportamento da doença e assim identificarmos quais são os grupos prioritários e assim utilizamos com os 15 milhões em dezembro, 15 milhões em janeiro”, disse o secretário.

Durante a visita, o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que, além da vacina em si, há uma preparação logística sobre como ela será aplicada.

“É óbvio que queremos priorizar a saúde, e priorizar a saúde significa priorizar principalmente grupos de maior risco de desenvolver formas graves da doença. Talvez seguir aqueles mesmos parâmetros que são seguidos para a vacinação da gripe seja algo importante. Temos grupos que são muito mais factíveis de evoluir de uma forma mais grave e fatal. Quanto antes conseguimos fazer dessa maneira, isso vai ser melhor em termos de impacto”, disse ele.

Segundo Gorinchteyn, a estratégia está sendo estudada para contemplar grupos específicos que precisam estar protegidos, de forma semelhante à da gripe, se antecipando à população geral.

Fonte: G1