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Governo Dilma trabalha para blindar Fernando Bezerra

O Palácio do Planalto vai trabalhar para preservar o ministro Fernando Bezerra (Integração), como forma de não ampliar o saldo de ministros que deixaram o governo Dilma Rousseff -sete até agora.

A orientação para blindá-lo tem dois pressupostos: a tentativa de resistir ao que é considerado pelo governo como uma campanha para derrubá-lo, às vésperas da reforma ministerial, e o temor do desgaste com o PSB, partido do ministro.

Cogita-se que, no limite, a troca empurraria o partido, comandado pelo governador Eduardo Campos (PE), para fora da coalizão de Dilma.

A oposição pediu explicações sobre reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” publicada ontem dando conta de que o filho de Bezerra, o deputado federal Fernando Coelho Filho (PSB-PE), foi o campeão de emendas liberadas pela Integração em 2011.

“Isso não é normal. Ocorreu um privilégio e isso tem de ser explicado. Como o Congresso vai reagir?”, disse o presidente do DEM, o senador José Agripino (RN).

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), divulgou nota no mesmo sentido.

Pernambuco, base política do ministro, também foi o Estado que mais recebeu verba da Integração para o programa de prevenção de enchentes em 2011.

Cautela

Por enquanto, diversos dirigentes oposicionistas têm agido de forma protocolar.

Nas crises que derrubaram ministros em 2011, o discurso era sempre pela demissão imediata. Por trás dessa cautela está o desejo de alimentar as tradicionais divergências entre PT e PSB.

Petistas temem que Eduardo Campos seja candidato à Presidência da República já em 2014.

Por isso, não querem fortalecê-lo com cargos nem volumosos repasses.

Na linha de mover esforços na defesa de Bezerra, Dilma ordenou que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, procurasse os jornais para afirmar, com números, que seu colega não havia privilegiado Pernambuco em verbas antienchente.

Resposta

O Ministério da Integração e o deputado federal Fernando Coelho Filho (PSB-PE) divulgaram notas ontem negando que tenha havido favorecimento na liberação de emendas da pasta em 2011.

O ministério afirma que outros 43 parlamentares tiveram emendas “empenhadas em percentual e valor equivalente”.

Dados do sistema Siga Brasil mostram que o deputado teve liberada a integralidade dos R$ 9,1 milhões.

Fernando Coelho disse que apresenta emendas à pasta desde o exercício de 2009, antes da entrada do pai no ministério, o que ocorreu em janeiro de 2011.

Por: agora/folha de SP