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Funcionários do IBGE se mobilizam por verba para o Censo

Com o reinício das discussões sobre o orçamento de 2021 após o período eleitoral, funcionários do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e usuários dos dados do Censo demográfico reiniciam a mobilização para garantir a realização da pesquisa, que já sofreu corte de recursos e foi adiada devido à pandemia.

Há receio de que ocorram impactos nos custos do Censo, por causa da pressão inflacionária e do uso, já em 2020, de parte do pessoal que foi contratado de forma temporária para atuar na pesquisa.

Realizado a cada dez anos, o Censo demográfico é a maior operação do IBGE, com visitas a todos os domicílios brasileiros. O objetivo é recolher informações sobre demografia, rendimento e acesso a serviços, entre outras, que são usadas para definir políticas públicas.

Além disso, é a pesquisa que define as bases para as projeções de crescimento populacional nos dez anos seguintes, usadas para o cálculo da fatia de estados e municípios em verbas federais.

O movimento em defesa do Censo diz que os resultados são fundamentais para a estratégia dos prefeitos eleitos.

Após corte de cerca de 30% logo no início do governo Jair Bolsonaro, o Censo é orçado em R$ 2,3 bilhões. Parte do valor foi entregue ao IBGE em 2020, e a proposta de orçamento para 2021 prevê o desembolso de R$ 2 bilhões.

Na avaliação da Assibge, associação que reúne os servidores do instituto, o valor deveria ser ajustado para compensar impactos da inflação e a eventual necessidade de contratação de mais temporários.

Além disso, diz a coordenadora da Assibge Núcleo Chile, Luanda Botelho, a operação antes de uma campanha maciça de vacinação contra a Covid-19 vai exigir treinamento e equipamentos de segurança para os recenseadores que visitarão domicílios pelo país.

“A instituição deveria pletear os R$ 2,3 bilhões que viriam em 2020, só que atualizados. Deveria estar negociando um orçamento que contemple esse novo panorama”, diz ela.

“É uma operação custosa, mas que gera uma informação usada por vários anos”, argumenta o demógrafo Ricardo Ojima, presidente da Abep (Associação Brasileira de Estudos Populacionais). “É fundamental que o orçamento seja garantido para que se realize uma pesquisa de qualidade.”

Fonte: Folha de S. Paulo