Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Equipe de Bolsonaro teme reflexos de investigações sobre filho do presidente

Assessores do presidente Jair Bolsonaro esperam que as investigações sobre o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz percam fôlego antes de a proposta de reforma da Previdência ser encaminhada no Congresso Nacional. Em contrário, o receio é de que caso contamine as negociações políticas e seja usado pelos aliados para pressionar o Palácio do Planalto.

Diante desta avaliação, interlocutores de Bolsonaro estão defendendo, reservadamente, que o presidente determine que filho mais velho afaste qualquer tipo de dúvida a respeito de suas movimentações bancárias o mais rápido possível.

O ideal, segundo eles, seria esvaziar o caso antes da posse do novo Congresso, para evitar cobranças de parlamentares não só da oposição como também governistas.

Na equipe palaciana, principalmente na ala militar, as investigações, que antes estavam concentradas em Fabrício Queiroz e agora podem envolver também o senador eleito, geram apreensão e preocupação.

Se antes quem devia explicações era o ex-assessor do senador eleito, agora Flávio também está sendo cobrado a esclarecer o episódio.

Na semana passada, o Jornal Nacional revelou que foram feitos 48 depósitos em dinheiro vivo de R$ 2 mil cada um na conta bancária do filho do presidente, totalizando R$ 96 mil.

Os depósitos fracionados, segundo o Coaf, geram a suspeita de tentativa de ocultação da origem dos recursos. Flávio Bolsonaro disse em entrevistas a TVs que o dinheiro é referente à venda de um apartamento, mas não explicou por que não fez o depósito de uma só vez em sua conta bancária.

O presidente Jair Bolsonaro planeja fechar a proposta de reforma da Previdência no retorno de sua viagem a Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial. A ideia é encaminhá-la ao Legislativo no início de fevereiro, logo depois da posse do novo Congresso.

Neste caso, se o noticiário sobre o filho do presidente ainda estiver quente, aliados de Bolsonaro avaliam que isso pode ser usado como barganha e pressão nas negociações, reduzindo a força da articulação política do governo.

Fonte: Blog do Valdo Cruz