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‘Dono de diploma’ foi quem mais perdeu espaço no mercado de trabalho

Quem tem ensino superior completo e, via de regra, recebia maiores salários, foram os mais afetados pelas demissões em Mato Grosso do Sul. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTE), com dados de 2014 e do ano passado.

Na comparação entre os dois períodos, houve diminuição de 5.824 vagas de trabalho formal para quem tem ensino superior completo. Os homens foram os que mais ficaram de fora do mercado, com 3.806 oportunidades fechadas. Para as mulheres, o impacto foi menor, com 2.018 postos encerrados.

Anderson Nascimento, que é administrador de empresas, percebeu este cenário. Ele foi demitido e ficou em torno de seis meses na busca por recolocação profissional.

“Com a crise, as empresas passaram a reduzir custos e muitas optaram por desligar funcionários com salários maiores. Quem foi contratado no lugar era gente com menor salário para a mesma função, geralmente profissionais menos experientes”, analisou.

A Rais deu indícios dessa situação. Enquanto os profissionais formados e com maior experiência perderam espaço, o número de emprego para quem tem ensino superior incompleto aumentou, foram 1.169 novas oportunidades criadas.

Coordenador da Comissão Permanente de Investigação e Fiscalização das Condições de Trabalho no Estado de Mato Grosso do Sul, Maucir Pauletti, observou que a diminuição de vagas pode ocasionar a uma degradação do mercado.

“Devido à vulnerabilidade (do emprego), a pessoa acaba aceitando situações piores. Se pode ganhar R$ 3 mil, mas é oferecido R$ 2 mil, o trabalhador acaba concordando para conseguir trabalhar”, explicou.

Fonte: Correio do Estado