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Dilma pede reforma política ao Congresso

A presidente Dilma Rousseff defendeu os ajustes econômicos que o governo vem promovendo como necessários para manter o “rumo” e fez mais um apelo, em texto encaminhado ao Congresso Nacional nesta segunda-feira, pela “sempre adiada” reforma política.

Levada ao Parlamento pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a mensagem presidencial marcou o início dos trabalhos legislativos e discorreu sobre as ações do governo nos últimos anos.

Ao defender as medidas de ajuste econômico recentemente anunciadas, Dilma afirmou que têm caráter “corretivo” e que obedecem a uma necessidade de readequação à nova realidade do país.

“Estamos diante da necessidade de promover um reequilíbrio fiscal para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível, criando condições para a queda da inflação e da taxa de juros no médio prazo. Garantindo, assim, a continuidade da geração de emprego e renda”, disse a presidente no documento levado ao Congresso e lido por quase uma hora e meia pelo primeiro-secretário do Congresso, deputado Beto Mansur (PRB-SP).

“Os ajustes que estamos fazendo são necessários para manter o rumo e ampliar oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas do nosso governo.” Ainda no fim do ano passado, o Executivo anunciou uma série de mudanças em regras de acessos a benefícios trabalhistas e previdenciários, parte de um pacote para gerar economia aos cofres públicos.

Dilma voltou a dizer que tais alterações não se tratam de medidas fiscais, mas sim de um “aperfeiçoamento” de políticas sociais para que sejam mais eficazes.

Em outra frente, a presidente discorreu sobre as mudanças fiscais que o governo vem executando, como a redução de gastos do governo e correções em alíquotas de contribuições e impostos, e afirmou que a ideia é promover um reequilibrio fiscal “de forma gradual”.

“Contas públicas em ordem são necessárias para o controle da inflação, o crescimento econômico e a garantia, de forma sustentada, do emprego e da renda… Nossa primeira ação foi estabelecer a meta de resultado primário em 1,2 por cento do Produto Interno Bruto”, afirmou.

Na avaliação do presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a mensagem de Dilma não merece crédito e as palavras enviadas pela presidente ao Congresso não passam de “intenção política”.

“Mensagem da presidente da República não tem hoje significado algum. Não passou de uma intenção política”, disparou o parlamentar.

“Tudo que se fala neste governo, se fala com descrédito. A começar por este pecado mortal que, em qualquer país do mundo civilizado, geraria um processo de impeachment: 2,7 bilhões de reais jogados fora, como foi o caso das duas refinarias anunciadas, mas extintas para o Nordeste”, completou, numa referência à decisão da Petrobras PETR4.SA de desistir da construção de refinarias no Ceará e no Maranhão.

Fonte: EXAME