Míguel Díaz-Canel, primeiro vice-presidente do Conselho de Estado, foi oficialmente indicado pela Assembleia Nacional nesta quarta-feira (18) como o sucessor de Raúl Castro no governo cubano.
Em sessão que começou às 9h (10h de Brasília), a Comissão de Candidaturas Nacional apresentou sua proposta para a composição do novo conselho, com Díaz-Canel na sua presidência -cargo que representa o chefe de Estado e de governo de Cuba.
Os nomes ainda precisarão ser confirmados no principal órgão Legislativo nesta quinta-feira (19), mas há pouco espaço para surpresas.
Díaz-Canel foi aplaudido de pé pelos pelos colegas e recebeu um aperto de mão e um abraço de Raúl.
Após quase 60 anos dos Castro no poder, Raúl deixará o governo nesta quinta (19), mas seguirá à frente do Partido Comunista Cubano (até 2021) e das Forças Armadas -postos que de fato ditam a política na ilha. A expectativa, portanto, é que Díaz-Canel siga sob o comando do general.
O mandato do Conselho de Estado -que é formado pelo presidente, primeiro vice-presidente, outros cinco vice-presidentes, um secretário e mais 23 membros (na última legislatura havia 25)- é de cinco anos.
Ao chegar à sessão, Raúl foi aplaudido por quase um minuto pelos outros membros da Assembleia. Ao seu lado, já estava sentado Díaz-Canel.
A cerimônia, realizada no Palácio das Convenções -já que o prédio da Assembleia Nacional não comporta, em seu plenário, mais de 500 deputados- foi transmitida pela TV cubana, mas havia pouca comoção nas ruas com a transição.
Às vésperas da troca no Conselho, nem mesmo os meios de comunicação cubanos, todos estatais, mencionavam diretamente a saída de Raúl. Apenas noticiavam, de forma muito breve, que a Assembleia Nacional se reuniria para votar o novo Conselho de Estado.
Fonte: Gazeta do Povo