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Comissão do Senado rejeita redução de maioridade no Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou nesta quarta-feira, por 11 votos a oito, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) que pretendia reduzir a maioridade penal no Brasil para 16 anos. A proposta possibilitaria que jovens entre 16 e 18 anos fossem julgados como adultos em circunstâncias excepcionais, mediante pedido do Ministério Público e por autorização da Justiça.

A proposta previa que jovens maiores de 16 anos poderiam cumprir penas equivalentes mesma dos adultos em casos de crimes hediondos. No entanto, a punição maior só poderia ser pedida pelo MP especializado em assuntos de infância e adolescentes e decidido por juízes da mesma vara.

A proposta não foi  aprovada em meio a protesto de militantes que assistiram à reunião da comissão, que entregaram  panfletos do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) contrários à redução da maioridade penal. Durante fala do senador Aloysio Nunes, um ativista chegou chama-lo de “fascista” e foi retirado pela segurança. “Fascista é quem grita, quem interrompe. Fascista é você”, respondeu o senador.

Para Aloysio Nunes, atualmente há uma presunção absoluta de que o jovem entre 16 a 18 anos não tem capacidade de cometer o crime que pratica.  “A minha proposta visa transformar essa presunção absoluta numa presunção relativa que pode ser medida no curso de um procedimento instaurado a pedido do Ministério Público”, explicou Nunes.

O primeiro a criticar a proposta foi o senador Randolfe, responsável pelo voto em separado sobre a proposta. Ele considera a maioridade penal de 18 anos cláusula pétrea da Constituição, baseando-se nos direitos e garantias individuais, e, por isso, não poderia ser modificada por uma PEC.

 O senador também afirmou que o atual sistema penitenciário não reduziria a criminalidade de adolescentes.“Nosso sistema penitenciário não é feito para ressocializar, é feito para condenar. Não há dados que a redução da maioridade penal reduz a criminalidade juvenil”, afirmou.

Fonte: DM