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Com brilho de Louis Van Gaal e Tim Krul, Holanda chega na semifinal da Copa do Mundo

Durante esta Copa do Mundo, Van Gaal tem sido um capítulo à parte. Muda o esquema da equipe a cada jogo e durante os jogos. Diante da Costa Rica, não foi diferente. O dedo do treinador apareceu até nas cobranças de pênaltis. Quando o 0 a 0 se tornou inevitável, ele olhou para o banco de reservas e chamou o goleiro Krul. Era hora dele brilhar. E assim foi. O arqueiro defendeu dois pênaltis de Bryan Ruiz e Umaña e colocou a equipe laranja na semifinal do torneio. A justiça voltou a ser feita.

Na segunda fase da Copa do Mundo, a Arena Fonte Nova deixou de ser o palco das goleadas para ser o palco dos grandes goleiros. Depois de Howard bater o recorde de defesas no torneio, chegando à marca de 16 intervenções diante da Bélgica, Krul garantiu o placar de 4 a 3 nos pênaltis. Antes, Navas havia brilhado no tempo normal. Agora, a Holanda se encaminha para a Arena São Paulo para encarar a Argentina, às 17h da próxima quarta-feira.

Primeiro tempo: batalha tática e Navas gigante

Antes mesmo da partida iniciar, Van Gaal provocou uma grande mudança no estilo de jogo das equipes. Ao adotar a formação inicial no 3-4-3, o comandante holandês voltou a dar uma nova cara à equipe laranja e forçou o adversário a se ajustar ao novo esquema. Sem a bola, os Ticos passaram a reforçar ainda mais a defesa. Uma linha de cinco seguida de quatro homens no meio-campo tentavam conter o poderio do rival. A Bryan Ruiz, coube fazer a função de centroavante.

Nessa batalha tática, o esperado aconteceu. A partida virou jogo de ataque contra defesa. A Holanda foi dona do primeiro tempo. Criou, pelo menos, quatro oportunidades concretas de abrir o placar. Todas, porém, ficaram nas mãos de um dos destaques desta Copa do Mundo. Navas é, sim, um gigante. Na Fonte Nova, voltou a comprovar isso. Parou o melhor ataque do torneio. Seja defendendo com as mãos ou com os pés. Logo ele que foi dúvida para a partida com dores no ombro.

As oportunidades claras do time laranja começaram a se multiplicar a partir dos 21 minutos de jogo. De cara,  duas vieram em sequência. Após saída rápida, Kuyt iniciou uma jogada que deixou a bola nos pés de Van Persie. O camisa 9 chutou com força e obrigou Navas a soltar a bola. Na sobra, Sneijder arrematou, mas o camisa 1 dos Ticos fez um novo bloqueio. Duas grandes intervenções.

Aos 28, Depay perdeu nova oportunidade. Aliás, o goleiro da Costa Rica não permitiu que a bola passasse. Nova defesa. A última chance clara veio em uma falta cobrada por Sneijder. Novamente, o salvador interveio com maestria. Enquanto era bombardeado, Navas assistia ao restante do time sonhar com um contra-ataque certeiro. Mas os passes eram constantemente quebrados e o intervalo veio sem uma chance clara para o time de Jorge Luis Pinto.

Segundo tempo: torcida canta por Neymar e Pelé e Costa Rica se segura
Os primeiros minutos da etapa final viram a Fonte Nova seguir com o mesmo clima. Nas arquibancadas, a torcida brasileira cantava para Neymar e provocava os argentinos com cantos sobre Pelé e seus mil gols. Em campo, a Costa Rica seguiu retraída. A Holanda, agressiva. A diferença é que os Ticos conseguiram criar mais nos contra-ataques e na bola parada. Nos primeiros 20 minutos, Campbell se queixou de um pênalti após dividida com Indi. Pouco depois, Gonzalez cabeceou com perigo por cima da meta.

No entanto, foi o time laranja quem esteve mais perto do gol. Mais de uma vez. De bola parada, Sneijder voltou a colocar fogo na partida. Aos 36, acertou uma cobrança de falta na trave direita de Navas. Pouco depois, o goleiro voltou a ser espetacular e salvou uma finalização à queima roupa de Van Persie. Em outra tentativa, o camisa 9 furou e deixou a bola passar dentro da pequena área. Ainda teve tempo para mais. O sofrimento foi para os dois lados. No tempo adicional, Van Persie insistiu. Dessa vez, o herói foi Tejeda. O camisa 17 tirou a finalização em cima da linha. A bola chegou a beijar o travessão. Um novo herói. Uma nova prorrogação na Fonte Nova.

Prorrogação
As linhas a seguir não são repetições. A prorrogação começou como o tempo regulamentar terminou. A pressão era toda laranja.  Vlaar cabeceou com precisão e tinha quase certeza de que poderia comemorar. Mas Navas, sempre ele, estava para defender. No escanteio seguinte, o goleiro dividiu com Kuyt e livrou um novo perigo. De novo, foi ele quem manteve o 0 a 0 no placar.

No segundo tempo da prorrogação, ficou escancarado que a Costa Rica queria levar o jogo para os pênaltis. A equipe continuou deixando a bola nos pés da Holanda. Praticamente abdicou de atacar. Afinal, já fazia história por estar nas quartas de final fazendo um jogo duro contra um grande rival. Mas no fim do jogo, quando já havia mais esquema tático certo, tirou fôlego de onde não tinha e ficou muito perto da vitória.

Umaña, de cara com Cillessen, perdeu uma chance clara. Foi a vez do goleiro adversário aparecer. A essa altura, o banco da Costa Rica parecia jogar junto com o time e todos colocaram as mãos na cabeça quando Snjeider voltou a acertar o travessão. Em seguida, as mãos foram levantadas para os céus com a confirmação dos pênaltis. No fim, Van Gaal deu mais provas de que domina o elenco. Colocou Klur para ser o arqueiro nas cobranças, e um novo goleiro saiu da Fonte Nova como herói.

Fonte: Superesportes