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Brasil convoca embaixador dos EUA após denúncia de espionagem de Dilma

O Itamaraty convocou o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos nesta segunda-feira sobre as denúncias de monitoramento do conteúdo de telefonemas, emails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff por parte de uma agência norte-americana.

Após o incidente, a presidente convocou uma reunião ministerial de emergência nesta segunda no Palácio do Planalto.

Segundo revelações feitas no domingo pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, a presidente teria sido alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês).

Shannon reuniu-se pela manhã com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, informou o Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty não deu detalhes sobre o encontro.

A reportagem do “Fantástico” foi feita com base em documentos obtidos pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald com o ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden. Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, foi descrito como co-autor da reportagem.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que acaba de retornar de viagem aos EUA para discutir denúncias anteriores sobre espionagem, disse em entrevista à rádio CBN nesta segunda que, se for confirmado o conteúdo dos documentos, “é uma ofensa clara à soberania brasileira, uma situação que evidentemente ensejará medidas importantes que o governo brasileiro tenha que tomar”.

Cardozo viajou na semana passada a Washington e reuniu-se com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e outras autoridades, para buscar mais detalhes sobre uma série de revelações anteriores sobre interceptação pelos EUA de dados eletrônicos e de telefonia no Brasil, aparentemente menos sérias, feitas com base nos documentos vazados por Snowden.

Segundo Cardozo, a própria presidente Dilma determinou ao Itamaraty a convocação do embaixador norte-americano para prestar esclarecimentos, e já há uma decisão do governo brasileiro de levar a questão a fóruns internacionais.

O ministro afirmou na entrevista à rádio que os dados apresentados na reportagem do “Fantástico” mostram que o monitoramento, ao contrário da versão oficial do governo dos EUA, “se dá não apenas em situações de investigação de atos ilícitos, mas também em situações de natureza política e talvez até, como se chega a tocar na matéria, em situações de natureza comercial”.

Fonte: Reuters