O Banco Central está atento à alta do dólar e a política monetária deve ser usada para conter os efeitos desse movimento sobre os preços, mostrou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária.
“A depreciação cambial constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos. No entanto, os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária”, avaliou o Comitê de Política Monetária, segundo a ata divulgada nesta quinta-feira.
Desde o final de abril até quarta-feira o dólar acumulou uma alta de quase 18 por cento ante o real, em meio a expectativas sobre a redução dos estímulos monetários do Federal Reserve, i banco central norte-americano.
Na reunião do Copom da semana passada, o BC elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 9,0 por cento ao ano, mantendo o ritmo da reunião de julho, em meio a um cenário de inflação elevada e economia vacilante.
Foi a quarta alta consecutiva na taxa básica de juros, que já soma 1,75 ponto percentual, num ciclo de aperto monetário para combater a alta de preços que deixou para trás a mínima histórica de 7,25 por cento. Segundo a última pesquisa Focus do BC, economistas das instituições financeiras preveem que a Selic terminará o ano a 9,50 por cento.
Na ata desta quinta-feira, o Copom comunica que manteve estável a projeção para a inflação de 2013 em relação ao valor considerado na reunião de julho e acima do centro da meta de 4,5 por cento, que tem uma tolerância de 2 pontos percentuais.
A projeção para a inflação de 2014 também foi mantida estável e acima da meta. O cenário de referência considerou a manutenção do dólar a 2,40 reais e a taxa Selic em 8,50 por cento ao ano “em todo o horizonte relevante”. A inflação acumulada nos 12 meses encerrados em julho foi de 6,27 por cento.
Fonte: Reuters