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Após protestos, primeiro-ministro turco diz que sua paciência tem limite

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo (9), diante de centenas de partidários reunidos em Ancara, capital do país, que sua paciência tem limite, em referência ao seguidos protestos antigoverno que têm sido realizados no país.”Temos paciência e continuamos tendo paciência, mas nossa paciência tem limites”, disse Erdogan, diante da multidão que se reuniu no aeroporto de Ancara e gritava “nós estamos prontos para sacrificar nossas vidas por você, Tayyip”.

“Ninguém tem que ser pessimista. Ninguém tem que ficar preocupado. A Turquia, que já viveu no passado muitos acontecimentos, também vai superar isto”, completou.

A Turquia teve neste domingo o nono dia de protestos contra o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que pediu a seus partidários que respondam com uma “lição” aos manifestantes nas eleições municipais de 2014.

Um dia depois de uma nova jornada de mobilização, durante qual dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades do país, o chefe de governo voltou a endurecer o discurso e chamou os manifestantes de “terroristas” ou “vândalos”.

“Restam apenas sete meses para as eleições locais. Peço que respondam a estas pessoas com uma primeira lição pela via democrática, nas urnas”, disse durante um discurso em Adana (sul do país), diante de milhares de simpatizantes que o aclamaram no aeroporto da cidade.

“São suficientemente covardes para insultar o primeiro-ministro deste país”, completou.

“Somos o partido dos 76 milhões de habitantes da Turquia”, completou Erdogan, que é criticado pelos manifestantes, que o consideram autoritário.

Na sexta-feira, Erdogan suavizou o tom adotado contra os manifestantes e disse que era contra a violência, o vandalismo e “as ações que ameacem os outros em nome da liberdade”. Também declarou que receberia todos com “exigências democráticas”.

Milhares de turcos voltaram a sair às ruas no sábado para protestar contra o governo de Erdogan, que pediu o fim das manifestações, inéditas desde que o premier chegou ao poder há uma década.

Protestos foram organizados em Istambul, Ancara, Adana e Izmir. Manifestantes passaram a noite nas ruas.  Com a mesma determinação, milhares de pessoas ocuparam a praça Taksim de Istambul e o famoso parque Gezi.

O anúncio da destruição deste parque foi o estopim para a mais grave crise política desde que o governo islamita conservador chegou ao poder em 2002.

Muitos torcedores dos três grandes clubes de futebol rivais da cidade, Galatasaray, Besiktas e Fenerbahçe, se uniram à multidão.

Mas em Ancara, a polícia dispersou de maneira violenta, com gás lacrimogêneo, 5 mil manifestantes que estavam reunidos na praça de Kizilay, centro da cidade.

Fonte: G1