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Ao menos 10 morrem em confrontos no Rio

Chegou a pelo menos dez mortos e cinco baleados o saldo dos confrontos entre policiais militares e traficantes de drogas no Complexo da Maré, na zona norte do Rio, entre o início da noite desta segunda-feira, 24, e o fim da tarde desta terça-feira, 25. Entre os mortos, há um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope), dois moradores e seis suspeitos de envolvimento com o tráfico.

Foram detidos dez homens, entre eles um menor de 16 anos. Moradores e organizações não governamentais (ONGs) que atuam na favela acusam policiais militares (PMs) de ter invadido casas e executado algumas vítimas. A polícia nega.

Formado por 15 favelas com 130 mil moradores, o Complexo da Maré, atualmente, é dominado por duas facções de traficantes de drogas e uma milícia. A região deverá ser ocupada pelas forças de segurança em agosto, para futura instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Diretora da ONG Redes da Maré, Eliana Souza e Silva disse que pelo menos três pessoas foram mortas a facadas pelos PMs do Bope. Dois homens teriam sido assassinados por volta das 6 horas desta segunda-feira, enquanto dormiam, na Rua São Jorge. Moradores afirmaram que eles trabalhavam como pedreiros.

A reportagem esteve no imóvel, que estava totalmente revirado e com marcas de sangue para todos os lados. Um terceiro homem teria sido morto pelos policiais num sobrado de dois andares na Rua Carmelita Custódio.

Às 13 horas desta segunda, o corpo permanecia no imóvel. Cerca de dez homens do Bope escoltavam o local e impediram que a imprensa fizesse imagens, alegando que aguardacam a chegada da perícia.

“Recebemos denúncias de que o Bope está invadindo a casa das pessoas, indiscriminadamente, e matando quem eles acham suspeitos a facadas. Estive em dois locais e constatei isso. Mesmo que eles tenham ligação com o crime, o dever da polícia é prender. Não matar”, afirmou Eliana. Porta-voz do Bope, o capitão Ivan Blaz negou as acusações.

“Eu conheço a Eliana. Em outras operações do Bope em que ela fez outras acusações, nós mesmos disponibilizamos uma viatura para levá-la à Corregedoria. Para investigar essas denúncias, precisamos achar esses corpos esfaqueados. Até agora, todos os mortos tinham apenas marcas de tiros”, afirmou.

Fonte: Estadão