A visita do presidente de Cuba, Raúl Castro, ao Vaticano, a convite do papa Francisco é uma nova vitória pessoal do pontífice.
O fato de o homem que ajudou a liderar a Revolução Cubana ter até brincado sobre retornar à Igreja Católica mostra quanto as relações entre Havana e a Santa Sé avançaram recentemente.
Essa mudança de posicionamento só foi possível, contudo, durante o pontificado de Francisco. Primeiro, o pontífice desempenhou um papel crucial em suavizar o caminho para a retomada das negociações entre Cuba e Estados Unidos nos últimos 18 meses.
Segundo, ele deu a sua benção ao processo e ao governo de Cuba ao se programar para visitar a ilha em setembro antes de sua viagem aos Estados Unidos.
Como um latino-americano, Francisco sempre manteve bons laços com líderes latino-americanos tanto de direita quanto de esquerda. Por várias vezes, ele pediu pelo fim do embargo comercial dos Estados Unidos contra Cuba, por exemplo.
Agora, ele recebeu ─ e cortejou ─ Raúl Castro em Roma, fortalecendo essa relação ainda mais. Mais surpreendente do que isso só se o presidente cubano voltar a frequentar missas.
Mas o jornal estatal Granma omitiu os comentários de Castro sobre voltar à Igreja quando noticiou o encontro, em sua edição eletrônica.
Uma reflexão, talvez, de quão inusitado é para os cubanos ouvir Castro fazer tais comentários, sejam eles irônicos ou não.
Fonte: BBC Brasil