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Alta da inflação pressiona reajuste da gasolina, que poderia ficar para 2015

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou acima do esperado em setembro, em 0,57%, com um acumulado de 4,61% no ano e 6,75% em 12 meses. Contudo, deve ficar abaixo do teto da meta, que é 6,5%, no acumulado de 2014, caso o reajuste da gasolina seja postergado para o outro ano, acreditam economistas consultados pelo JB. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, informou na tarde desta quarta-feira (8) que o IPCA deve ficar próximo de 6,2% neste ano. 

André Braz, economista do Ibre/FGV, destaca que o resultado de setembro veio um pouco acima do esperado pelo instituto, 0,48%, quase 0,1 ponto percentual a mais. “(O resultado) não mostra exatamente uma piora absurda do cenário, principalmente em torno de preços na alimentação, que chamou muita atenção”, explicou Braz.

Se havia alguma janela para reajustes de preços administrados como o da gasolina, pondera o economista, esta janela está menor agora. Ele aponta que a gasolina compromete 4% do orçamento familiar e que cada um ponto porcentual de ajuste causa um impacto de 0,04 p.p. no IPCA. Se a gasolina sofrer um reajuste de 3%, causará um impacto de 0,12 p.p. no IPCA. 

“Então, este resultado (do IPCA em setembro) não foi maravilhoso”, destaca Braz, que lembrou ainda que a aceleração dos preços no segmento de serviços continua forte, um pouco como um reflexo do mercado de trabalho, o que acaba reduzindo a margem para reajustes de preços administrados. 

O Ibre, no entanto, de acordo com Braz, não espera alta semelhante no IPCA de outubro, que deve ficar entre 0,40% e 0,45%, o que significaria uma trajetória oposta ao que foi registrado em setembro e outubro de 2013, que tiveram alta de 0,35% e 0,57%, respectivamente. “Neste ano, parece que teremos a inversão disso.”

Fonte: Jornal do Brasil