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‘A cada dia eu vejo mais distante a possibilidade de aprovação da reforma’, diz relator

O deputado federal Arthur Maia (DEM-BA) afirmou, em entrevista ao Jornal da CBN nesta quarta-feira (27), que “com muita clareza, a cada dia eu vejo mais distante a possibilidade de aprovação da reforma”. Ele não poupou críticas à maneira com que o governo Bolsonaro está atuando para aprovar o texto. Apesar de garantir que ele e todos os deputados do DEM darão votos favoráveis ao texto, Maia acredita que o Governo Federal não tem mais de 100 ou 120 votos garantidos. “Governo parece que está atolado. […] A impressão que nós temos é que estamos vivendo uma grande confusão. Uma grande falta de harmonia na administração”, avalia. 

Arthur Maia criticou o fato de o partido do próprio presidente da República, o PSL, estar dividido em relação à aprovação da reforma e que, mesmo tendo conquistado a presidência da CCJ, eles ainda não conseguiram escolher o relator, o que está atrasando a tramitação do projeto. “Se eles recebem a Presidência da CCJ e não têm capacidade de fazer a reforma andar, isso dá para gente a dimensão do tamanho da confusão que estamos vivendo”, diz. O deputado avaliou que a “desarticulação é inacreditável” e fez críticas ao que o presidente Jair Bolsonaro chama de nova política. “A nova política são essas agressões que são dirigidas ao Congresso Nacional, como se o Congresso quisesse barganhar alguma coisa?”, questiona.

Em relação à aprovação da PEC que obriga governo a executar todos os investimentos do Orçamento, o parlamentar relatou que ficou de “queixo-caído”. “Nunca vi uma matéria tão importante passar com tamanha facilidade e o governo receber essa ação como algo compreensível e normal e sem nenhum tipo de interferência”. Ele viu essa derrota do governo como uma demonstração de que Bolsonaro não tem apoio para aprovar o texto da reforma. “Não adianta a gente debater a reforma da Previdência se o governo não tem apoio”, afirmou. 

Em sua avaliação, o governo “errou feio” ao mandar uma nova proposta de reforma da Previdência em vez de ter aproveitado o texto enviado no governo Michel Temer, em que Arthur Maia foi o relator. Ele afirma que as duas reformas são praticamente iguais e que, ao decidir enviar uma nova proposta para poder dizer que é autor de uma nova lei, o presidente trouxe para si dificuldades de cunho econômico e político.

Fonte: CBN