Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Weintraub diz que pode rever corte nas universidades se Previdência passar

O ministro da educação Abraham Weintraub atrelou a reversão do corte de 30% das verbas para universidades federais à aprovação da reforma da Previdência. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no mês passado, a proposta deve seguir para análise de uma Comissão Especial e depois seguirá para o plenário. 

Durante participação em uma audiência na Comissão de Educação no Senado, nesta terça-feira 7, para apresentar as diretrizes e programas prioritários do MEC, o ministro negou que haja corte para as instituições. “Não houve corte, há um contingenciamento. Se a economia tiver um crescimento com aprovação da nova Previdência, se retomarmos a dinâmica de arrecadação, revertemos. Precisamos cumprir a lei de responsabilidade fiscal”, afirmou.

Questionado sobre a situação das universidades federais, que já anunciaram dificuldades de manter as atividades em andamento com o bloqueio em seus orçamentos, o ministro questionou: “Nada foi cortado da folha de salários. O país inteiro está apertando o cinto, não dá pra cortar nada? É sacrossanto o orçamento? Uma universidade custa, na média, um bilhão de reais, não dá pra buscar nada?”. Ele sugeriu que os reitores das universidades abram seus números para mostrar as dificuldades e se dispôs a uma conversa entre os reitores, junto ao ministro da economia, Paulo Guedes, e ao presidente Jair Bolsonaro.

Durante sua explanação, o ministrou voltou a afirmar a intenção da pasta de “priorizar” os investimentos na educação básica, sobretudo com base nos indicadores do Ideb para o Ensino Médio – “estamos estagnados há dez anos” – e na situação do ensino técnico que, segundo ele, vem diminuindo no Brasil. [A educação básica já sofreu congelamento da ordem de 2,4 bilhões segundo levantamento da Andifes.]

“Metade das vagas do Ensino Médio no mundo é técnica. Quem aprende um ofício não passa necessidade. Um técnico em contabilidade, TI, enfermagem, um marceneiro, um torneiro mecânico, sai da escola com um ofício para se virar, ajudar a família”, declarou. Ele afirmou que uma das estratégias é fortalecer a educação profissional e tecnológica com articulações e parcerias que vão contemplar a rede privada e empresas.

Weintraub voltou a comparar a situação do País à da Coreia. “Lá, eles começaram na educação básica, alfabetizaram todo mundo, depois que universalizaram, diminuíram o nível técnico e aumentaram os engenheiros. Se começa com a base, com as paredes e só depois se chega no telhado”, disse, afirmando que o Brasil pulou etapas nesse sentido. “Colocamos muito recurso no telhado, antes de ter a base.”

Fonte: CartaCapital