Manifestantes voltaram às ruas na capital da Venezuela em mais um protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Desta vez, para exigir eleições gerais, respeito ao Parlamento e a libertação dos presos políticos.
É o quinto protesto só em abril. Faz tempo que a população enfrenta a violência, o desabastecimento e os excessos do governo de Nicolás Maduro. A tensão aumentou quando a Suprema Corte, dominada pelo chavismo, cassou os poderes da Assembleia Nacional. Pressionada, ela voltou atrás, mas não devolveu a imunidade dos deputados e ainda cassou os direitos políticos de Henrique Capriles, principal opositor do governo.
A marcha desta segunda-feira (10) começou pacífica, mas foi duramente reprimida pela guarda e polícia bolivarianas. Os soldados bloquearam as entradas da cidade, deram tiros com balas de borracha e lançaram bombas de gás lacrimogênio. Atingiram até um hospital.
“O povo está empenhado em ir para a rua sem medo dos ataques da polícia nem do que está por vir”, afirma uma manifestante.
O presidente da Assembleia Nacional fez um apelo à comunidade internacional. É importante que saibam: “Na Venezuela há um golpe de Estado. A única solução é o apoio internacional e do povo venezuelano para conseguir eleições livres, sem presos, nem cassados políticos”, disse.
Nicolás Maduro está em Havana em uma reunião da Aliança Bolivariana, que reúne além de Venezuela e Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua e países do Caribe.
O secretário geral da OEA, Organização dos Estados Americanos, esteve nesta segunda no Itamaraty.
Luiz Almagro está preocupado com o que considera “deterioração das condições de vida do país, crise humanitária e alteração da ordem constitucional”. Assim como a OEA, o governo brasileiro entende que a única saída para a crise venezuelana é eleição geral.
“Insistimos na urgência da confirmação do calendário eleitoral. O povo precisa falar, a voz do povo é um elemento central na solução da crise venezuelana, respeito à prerrogativa da assembleia e a libertação dos presos políticos”, disse o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.
Fonte: Jornal Nacional