Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Vale do São Francisco se une para combater as moscas-das-frutas

Fly_October_2008-4O Vale do São Francisco, responsável por 95% da exportação brasileira de manga e 99% de uva, vem sendo ameaçado com o aumento das moscas-das-frutas, que se não for combatido pode provocar grandes perdas na economia e produção frutícula da região.

A região que concentra o maior PIB agrícola do Brasil, com a geração de 250 mil empregos diretos e a produção anual de 1,5 milhão de toneladas de frutas e legumes, apresenta atualmente um nível de infestação preocupante da espécie Ceratitis capitata, mais conhecida como a mosca do Mediterrâneo.

A mosca-da-fruta é uma praga quarentenária, que foi detectada pela primeira vez no Brasil em 1905. Ela inviabiliza a comercialização dos frutos, tanto in natura quanto agroindustrializados, além de provocar prejuízos indiretos com as barreiras quarentenárias quando das exportações para todo o mundo. O ciclo começa quando a fêmea deposita ovos na fruta.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Semiárido, Beatriz Jordão Paranhos, a praga encontrou um ambiente propício de proliferação no Vale do São Francisco. “Devido ao clima do Nordeste, com uma temperatura média anual de 26 graus, o inseto pode produzir até 13 gerações por ano. Quanto mais quente mais rápido o ciclo do inseto. As moscas-das-frutas atacam praticamente todas as variedades de frutas, menos aquelas de casca grossa, a exemplo do coco”, explica.

Em parceria com o “Comitê Técnico das moscas-das-frutas do Vale do São Francisco”, formado por UNIVALE, VALEXPORT, MAPA, Embrapa, Adagro, Adab, Sebrae, Moscamed, Itep, Sindicato Rural de Petrolina, Câmara da Fruticultura e Fruticultores, a Embrapa Semiárido vem realizando os Dias de Campo, onde os produtores aprendem que é muito difícil acabar completamente com a praga, mas que ela pode ser combatida com outros métodos de controle.

Um dos métodos é a técnica do inseto estéril (TIE), bastante usada no mundo, na qual a própria praga é usada em seu controle. São liberados machos esterilizados em campo, que vão copular com fêmeas selvagens. Da relação não são geradas descendentes das moscas-das-frutas e com isso há uma diminuição significativa da população da praga. As medidas de controle são inúmeras e todas elas buscam quebrar o ciclo de vida da mosca.

Da redação do Blog Alvinho Patriota