Pela primeira vez desde 2007, os internautas brasileiros passaram a usar internet com mais frequência em casa do que via lan house. No ano passado, o acesso residencial representou 48% das conexões e ficou à frente das lan houses, citadas por 45% dos pesquisados como seu ponto de acesso à rede. A informação é da quinta edição da pesquisa TIC Domicílios 2009, divulgada nesta terça-feira (06/04) pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br).
Entre as camadas economicamente menos favorecidas da sociedade, com renda de até três salários mínimos, houve uma diminuição do acesso nas lan houses. O levantamento mostra que, em 2008, 54% das pessoas com renda de até três salários mínimos acessavam a web via lan house. Já no ano passado, essa taxa caiu para 44%. O mesmo ocorre com a população com renda de até um salário mínimo: em 2009, 72% deles tinham acesso à internet por meio de lan house, ante 82% em 2008.
“Programas de estímulo do governo, como computador para todos, e facilidades de financiamento oferecidas pelos varejistas resultaram nessa mudança de hábito”, disse Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
Ao final de 2009, o uso de internet apresentou um crescimento de 7 pontos percentuais no ano passado, chegando a 27% dos domicílios com acesso à web. Isso representa um total de 13 milhões de usuários, ante 20% das residências em 2008, com 9,6 milhões de usuários.
A pesquisa mostra que, no ano passado, 36% dos domicílios brasileiros possuíam computador, um crescimento de 9 pontos percentuais quando comparado com o mesmo período de 2008, em que esse índice ficou em 28%. No total de usuários, 17,2 milhões de pessoas tinham micros em casa em 2009, contra 13,2 milhões de pessoas em 2008. A pesquisa também considerou outros dispositivos de comunicação que ocupam um papel preponderante na vida das pessoas. Dados comprovaram que a TV está presente em 98% das residências pesquisadas e o rádio, em 86%.
O celular segue ganhando espaço entre os usuários brasileiros. No ano passado, o aparelho estava presente em 82% das casas nas áreas urbanas e em 78% no total do país, considerando também as áreas rurais. Apesar do avanço na penetração, 90% das pessoas ainda usam planos pré-pagos. “As tarifas altas são o grande empecilho para a mudança de plano, apesar da estratégia agressiva das operadoras”, afirma Barbosa.
Fonte: Época