Estacionar em Salgueiro atualmente está difícil para todo mundo, mais ainda para os portadores de deficiência física, que precisam e têm direitos de vagas exclusivas em frente aos locais públicos para onde se dirigem na cidade. Pessoas sem deficiência física podem sem nenhum problema estacionar a metros de distância do local pretendido, é só caminhar um pouquinho, mas para quem se desloca em cadeira de rodas ou com ajuda de muletas, isso se torna uma dura tarefa.
Muitos órgãos públicos de Salgueiro ainda não dispõem de vagas exclusivas para portadores de deficiência. São agências bancárias, hospitais, clínicas e outras entidades públicas municipais e federais, que estão com vagas de estacionamento reservadas para todo mundo, menos para os deficientes físicos.
De acordo com o artigo 7º da Lei Federal 10.098/2000, todos os estacionamentos de uso público devem reservar 2% das vagas exclusivamente para veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência física ou com alguma dificuldade de locomoção. A lei foi fortalecida pela resolução nº. 304/2008 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), determinando que as vagas para portadores de deficiência física devem ser sinalizadas pelo órgão ou entidade de trânsito competente no município. Estas diretrizes permanecem sendo desobedecidas por muitos órgãos públicos presentes em Salgueiro.
O cadeirante, Franklis Carvalho, de 26 anos, assinalou para nossa reportagem nessa sexta-feira (10) os problemas que encontra quando se desloca em seu veículo para o centro da cidade. “Tem a dificuldade em frente aos bancos, que não tem estacionamento para deficientes físicos. Teve um dia que eu fui para o banco e tive que rodar a rua, enquanto minha mãe recebia meu pagamento, eu tive que ficar rodando a rua porque não tinha lugar para eu estacionar. Se é pra ir para a Celpe não tem lugar pra estacionar. Na prefeitura colocaram um, mas parece que arrancaram a placa e tem vários carros estacionados, e não tem nem adesivo dizendo se é deficiente”, reclamou.
Outra reclamação de Franklis diz respeito às dificuldades que encontra na faculdade onde estuda, por não haver vagas para deficientes físicos. “Na minha faculdade em frente à igreja não tem vaga pra deficiente físico, aí tem uma rampinha pra subir e os carros estacionam na rampa, eu não consigo subir, tem que chamar alguém para me colocar na calçada”, disse, notificando também os problemas que encontra quando vai ao comércio. “Se é pra ir numa loja comprar uma coisa, não tem estacionamento em lugar nenhum em frente às lojas, só que não tem rampa também, tem que levar sempre alguém pra poder ir na loja”, completou, dizendo que perdeu o direito de cidadão, não podendo escolher nem a própria roupa por não poder ter acesso as lojas.
Em conversa com os agentes do Detran que estão em nossa cidade, fomos informados que cabe a prefeitura municipal sinalizar as vagas para deficientes nos estacionamentos de cada órgão público da cidade, a partir de então eles – os agentes – poderão autuar quem estacionar nas vagas dos deficientes. Também é dever do poder executivo municipal credenciar carros de deficientes físicos da cidade. Enquanto isso não é feito, os portadores de deficiência pedem providências. “Eu queria que tomassem alguma providência para que eu possa resolver alguma coisa sozinho, sem té dependendo das pessoas, sem tá incomodando as pessoas direto. Aí fica ruim pra gente”, pediu Franklis Carvalho.
Da redação do blog de Alvinho Patriota por Chico Gomes