Quem olha atualmente para as águas negras e poluídas do Açude Novo, localizado no bairro Caravam, no perímetro urbano de Salgueiro, mal consegue imaginar que essas águas negras e sujas já lavaram muitas roupas, banharam muitas pessoas, e mataram a sede de muita gente em tempos passados na cidade de Salgueiro.

Hoje em dia o que se ver do Açude Novo é uma pequena quantidade de água poluída, desgastada pelo tempo, coberta por plantas daninhas que ofuscam grande parte da barragem. Nas águas negras dá para perceber nitidamente a poluição, que por muitos anos se acumulou sem ninguém reclamar, ou se reclamaram, nada foi feito, e o Açude Novo persevera, mesmo sendo praticamente um morto vivo em solo salgueirense. Ele é a prova do abandono da natureza, jogada de lado, deixada em segundo plano em Salgueiro.

Outro açude em situação um pouco parecida, mas nem tão abandonado, é o Açude Velho que fica na entrada do bairro Divino Espírito Santo. Nele as águas também estão poluídas e as plantas daninhas tomam conta de toda a extensão da margem do referido. A fama de possuir jacarés e a vegetação que o cobre parcialmente, afastou os banhistas de suas águas. Ao redor existe a famosa Pista de Cooper, totalmente deixada de lado, não servindo mais para os fins que ela foi construída.

Açudes que ninguém ver. Águas abandonadas, mortas pela poluição, sufocadas pelas plantas que as cobrem. A história de Salgueiro sendo desprezada sem dó, nem piedade. O velho e o novo, açudes esquecidos, desprezados por aqueles que preferem o concreto ao invés do natural. Se eles não podem falar, existem pessoas que podem falar por eles.

Da redação do blog de Alvinho Patriota por Chico Gomes