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Professores da Uerj defendem o adiamento do início das aulas

Em meio aos constantes atrasos no pagamento de salários de servidores e de bolsas para estudantes, além da falta de repasses para a manutenção dos campus, cerca de 500 professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) defenderam em assembleia, na noite desta quarta-feira, um novo adiamento do início das aulas, até que o governo libere a verba devida à instituição. A decisão, no entanto, caberá à reitoria.

O segundo semestre de 2016, que atrasou por causa da greve realizada no ano passado e deveria ter começado na terça-feira, já foi transferido para segunda-feira, dia 23.

— Estamos acompanhando a posição da reitoria. Para ela, não há condições de recomeçarmos as aulas. O que está acontecendo é um desrespeito ao trabalhador. Professores estão indignados com essa situação — disse a presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), Lia Rocha.

Na assembleia, os professores também votaram a favor de manter o indicativo de greve. Por isso, eles vão se reunir novamente na segunda-feira, para avaliar o resultado do fórum.

O professor de geografia Frederico Irias, da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, diz que apenas o salário do mês de novembro foi pago. Até agora, não há previsão para o vencimento de dezembro e o 13º caírem na conta:

— Não queremos a suspensão do calendário letivo, mas as unidades da Uerj não têm condições de funcionamento. Não podemos voltar para a sala de aula com a situação atual. Vamos resistir ao sucateamento da universidade. Queremos mostrar a importância da Uerj para o estado. Os professores estão unidos com os alunos.

A penúria na Uerj parece não ter fim. Sem receber, 25 professores dos cursos de saúde, exatas e humanas pediram para deixar a universidade nos últimos meses. Um pouco antes da assembleia, a reitora em exercício da Uerj, Maria Georgina Muniz, havia divulgado nota no site da universidade ressaltando “o momento de extrema gravidade institucional” vivido pela instituição. No texto, ela confirma o início das aulas no dia 23 e diz que o calendário acadêmico está mantido.

Fonte: EXTRA