A operação Lava Jato colocou na cadeia executivos das duas maiores empreiteiras do país: a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Entre eles, os presidentes das empresas, que também estão na lista das pessoas com bens bloqueados pela justiça.
“Erga omnes” é um termo jurídico em latim para dizer que a lei vale para todos. Virou o nome de batismo da 14ª fase da Lava Jato. “A lei vale efetivamente para todos, não importa o tamanho da empresa, não importa o seu destaque na sociedade, sua capacidade de influência, poder econômico”, explicou o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula.
O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, foram presos em São Paulo. As investigações apontam que as duas empresas comendavam o cartel que fraudava contratos da Petrobras.
O juiz Sergio Moro declarou na decisão que as duas construtoras adotaram modos mais sofisticados para a prática dos crimes, como pagamento de propinas principalmente no exterior e através de contas secretas.
A operação chegou à cúpula das duas maiores empreiteiras do Brasil. A justiça determinou as prisões porque considera que há risco dessas pessoas atrapalharem as investigações e continuarem a cometer crimes.
Mais de R$ 700 milhões teriam sido desviados, tudo com conhecimento dos presidentes, segundo a Polícia Federal.
Entre as provas apresentadas está um e-mail apreendido na sede da Odebrecht no ano passado, que fala de sobrepreço em um contrato de operação de sondas.
Além de São Paulo, a polícia cumpriu mandados no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os presos foram transferidos em um avião da Polícia Federal para Curitiba. No fim da tarde, a justiça determinou o bloqueio de mais daté R$ 20 milhões de 10 dos 12 investigados. Segundo a justiça, o dinheiro pode ter sido obtido por meio das fraudes.
Fonte: Jornal da Globo
