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Ponto de Vista VI

digitalizado-em-15-10-2009-10-04-1211Interessante é que a propaganda do governo destoa da realidade. A obra da transposição do rio São Francisco para ter início precisou, pois diferente não poderia ser, de um decreto do governo federal de desapropriação das terras ao longo do canal.Até aí, tudo bem. No início, a fim de garantir a implantação de canteiros de obras, de barragens, jazidas, etc., foram indenizadas algumas propriedades por preços compatíveis com a realidade e pagas às decorrentes indenizações.

Depois, para começar o trabalho traçado do canal, houve uma verdadeira pressão psicológica dos “doutores” dos órgãos encarregados pelo processo de expropriação sobre os humildes proprietários das terras, no sentido de que os mesmos aceitassem a proposta do governo, eis que o preço oferecido estava de bom tamanho e de qualquer forma, o poder público seria imitido na posse, como de fato foi.

Aconteceram centenas e milhares de “acordos” com valores verdadeiramente irrisórios, deixando muitos agricultores arrependidos, até mesmo porque suas propriedades foram cortadas ao meio, ficando muitos deles sem acesso de um lado para o outro, portanto, com prejuízos e prejudicados completamente.

Quando falamos em preços irrisórios é que ao hectare de terra boa, com cobertura vegetal (baraúna, juazeiro, quebra faca, angico, umbuzeiro, etc.), foi atribuído o ínfimo valor de cem reais, isso mesmo, por exemplo, 6 hectares – 600 reais. E o que é pior, não se permitiu sequer que os proprietários retirassem, pelo menos, as estacas ou mourões para utilizarem nas suas cercas, cuja área depois os tratores desmataram e toda madeira se encontra sob a ação do tempo, se acabando…

Vale acrescentar, ainda, que poucos foram os proprietários que receberam os valores das indenizações, mesmo aqueles que concordaram com os preços oferecidos, pois, embora pouco, precisam do dinheiro, tudo isso, possivelmente por conta da burocracia que infelizmente impera no serviço público além das exigências descabidas quando se tem a receber, coisa que não acontece na hora de pagar.

Por Alvinho Patriota