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ONU revela que militares em missões de paz trocavam comida por sexo

A Organização das Nações Unidas revelou ao mundo uma face assustadora dos militares que ela envia em missões de paz. Eles deveriam proteger vítimas de guerra, mas trocavam comida por sexo.

Arriscar a vida e levar comida e ajuda para países devastados por conflitos é a rotina dos capacetes azuis, os integrantes das forças de paz da ONU. São 125 mil homens e mulheres de 193 países – a serviço das Nações Unidas em 16 missões humanitárias.

Para quem tem a tarefa de fazer o bem, a imagem foi abalada com um relatório da própria ONU. O documento diz que no ano passado foram registradas 51 denúncias de exploração e abuso sexual contra integrantes das forças de paz. De 2008 a 2013, a maioria dos casos aconteceu na República Democrática do Congo, na Libéria, no Haiti e no Sudão do Sul.

Só no Haiti, 231 pessoas admitiram em entrevistas terem recebido dinheiro, comida, celulares e joias, em troca de sexo com militares, civis e policiais da ONU.

O mais chocante é que um terço dos casos envolve menores. A ONU diz que a exploração sexual se tornou uma prática comum nas missões e que muitas vezes ela não é denunciada, apesar de a ONU ter criado um programa para combater os abusos 12 anos atrás.

A própria ONU reconhece que a demora nas investigações, que levam mais de um ano, dificulta a punição. O Brasil, que comanda as tropas militares no Haiti desde o início da missão em 2004, não aparece no relatório entre os países que têm pessoas acusadas de abuso. A lista é encabeçada por África do Sul, Uruguai e Nigéria.

O porta-voz da ONU Stéphane Dujarric lembrou que trocar sexo por comida ou dinheiro vai contra as regras da ONU. E disse que espera que os acusados sejam investigados e punidos pelos países de origem.

Fonte: Jornal Nacional