Novas amostras da água, coletadas neste sábado (9), perto da costa ao sul da Bahia, chegaram ao Centro de Visitantes do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. O material foi levado junto com as primeiras amostras da água coletadas em nove pontos, entre Caravelas e o Parque de Abrolhos, para a base do Projeto Coral Vivo, em Arraial D’ajuda, distrito de Porto Seguro.
As amostras vão passar por um processo de filtragem para compactação dos sedimentos. Só depois disso é que esse material vai ser encaminhado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde vai ser analisado. O resultado deve sair em dez dias.
“Essas amostras agora vão ser levadas o mais rápido possível para que sejam feitas as análises para que seja comparado se o sedimento que está sendo observado, que está sendo coletado aqui, confere com o mesmo sedimento que existe presente lá na foz do Rio Doce”, afirmou Ricardo Jerozolimski, chefe do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
As análises devem apontar se a mancha que aparece em imagens de satélite seria lama da barragem da Samarco que se rompeu há dois meses em Minas Gerais.
Fotos divulgadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostram o avanço da lama no mar. No dia 15 de dezembro, os sedimentos aparecem na foz do Rio Doce, em direção ao sul, no litoral do Espírito Santo. A foto do dia 6 deste mês mostra que a mancha foi para o norte, em direção à Bahia. E na imagem de quinta-feira (7), tanto a parte com sedimentos concentrados quanto a de diluídos aumentaram em direção a áreas de proteção ambiental.
Uma delas é o arquipélago de Abrolhos, que tem a maior biodiversidade do Atlântico Sul. Todos os anos, as baleias jubarte vêm da Antarctica para reproduzir nas águas quentes das ilhas.
“A origem das manchas é que precisamos averiguar com maior critério. Dentro da área do arquipélago, não se aparece nenhuma mancha de resíduo, ou pelo menos hoje não apareceu” , afirmou o Eugênio Splenger, secretário estadual do Meio Ambiente. A Marinha também está monitorando a água e declarou que não encontrou manchas de lama. Mas que novas análises vão ser feitas.
A mineradora Samarco declarou que os dados sobre a direção dos ventos e a intensidade das marés indicam que é baixa a probabilidade de um deslocamento da lama até o arquipélago de Abrolhos, e que está monitorando a região.
Fonte: G1