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Não queremos igualdade?

Durval Buarque

Não, e isso é explicito. A culpa é nossa. Em recente pesquisa publicada por uma entidade de consultoria (Data Popular), vemos um resultado não muito satisfatório no que diz respeito à melhoria de vida com entendimento social com àqueles que conseguiram sair do marasmo da classe social menos favorecida. Vejamos:

O que a classe média, agora tradicional (classe B), acha do acesso da antiga classe C para B sem preparo sócio cultural.

62,8% – O aumento das filas nos cinemas me incomoda.

55,3% – Produtos deveriam ter versões para ricos e pobres.

49,7% – Prefiro ambientes com pessoas do meu nível sócio cultural.

48,4% – A qualidade dos serviços piorou com o maior acesso da população.

26,4% – O metrô apresenta o aumento de pessoas indesejáveis na região.

17,1% – Todos os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados em certos lugares.

16,5% – Pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares.

O que foi visto acima comprova que nem todos estão preparados para uma mudança benéfica, financeiramente falando. São perguntas aparentemente simples com respostas discriminatórias que entristece quem pensa em desenvolver-se através da honestidade. Mudar de classe social não requer mudança de personalidade, porém se analisarmos as respectivas perguntas para os que já conseguiram uma posição de destaque na sociedade, veremos repostas com gosto de nojo com relação àqueles que tentam em não ficar para trás. São “incômodos”, diga-se de passagem, frescos e anárquicos sem o menor escrúpulo que envergonharia qualquer país em fase de desenvolvimento.

Basta observarmos como as colocações do ponto de vista que foram explicitadas que veremos um direcionamento oposto do que esperamos para nosso futuro. São colocações medíocres e aberrações sem fundamentos humanitários. Chego a me perguntar se realmente estes mutantes antigos mereceram tais melhorias. Se realmente queremos a tal igualdade humana, temos que acabar com a hipocrisia e vestir-se com dignidade. Se for para mudar meu jeito humilde de ser e compartilhar com o fingimento, também não quero igualdade.

Por Durval Buarque