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‘Não estou fazendo guerra’ contra o Planalto, diz líder do PMDB na Câmara

O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), afirmou nesta segunda-feira (10) que não está organizando uma “guerra” contra o Palácio do Planalto. O parlamentar fluminense, que é visto pelo PT e pelo Palácio do Planalto como o articulador da rebelião na base governista, alegou que apenas transmite as exigências de sua bancada por uma relação de “respeito” com o governo federal.

“Eu não estou fazendo nenhuma guerra, nem levando ninguém para a guerra. […] Não estou pregando rompimento [com PT]. Não há uma atuação deliberada pregando rompimento. Eu não preguei nada, preguei respeito”, afirmou o peemedebista em conversa com jornalistas, na Câmara dos Deputados.

A relação entre o PMDB e o PT tem se deteriorado nos últimos meses. Nesta segunda, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com a cúpula peemedebista, mas não convidou Eduardo Cunha para o encontro. O gesto presidencial foi visto por peemedebistas como uma tentativa de isolar o parlamentar do Rio.

Eduardo Cunha afirmou que não haveria “clima” para uma reunião com Dilma nesta segunda e que, talvez nem comparecesse ao Planalto, se tivesse sido convidado.

“No dia de hoje não era o momento [para uma reunião com a presidente]. Talvez nem eu quisesse. Se eu fosse chamado, talvez não iria”, enfatizou.

O parlamentar voltou a dizer, contudo, que eventual tentativa do Palácio do Planalto de isolá-lo significará uma exclusão de toda a bancada do PMDB na Câmara.

“A mim ninguém pode isolar. E não me verbalizo. Eu tenho posição de bancada. Na política não se pode agir com o fígado. Não somos obrigados a nos gostarmos, mas sim a nos respeitarmos”, afirmou.

A relação já tumultuada entre PMDB e PT na Câmara piorou na última semana depois que Cunha postou em sua conta no microblog Twitter que a aliança entre os dois partidos deveria ser “rediscutida”.

Nesta segunda, o deputado afirmou que está sendo “demonizado” porque  reagiu a “agressões” do presidente do PT, Rui Falcão. O petista teria dito, no sambódromo do Rio, que a insatisfação do PMDB da Câmara é porque não foi contemplado com mais ministérios na reforma ministerial.

“A bancada do PMDB nunca faltou com o governo. Eu fui agredido e, a partir daí, querem me demonizar”, disse. Cunha afirmou que vai relatar a situação aos colegas deputados em reunião da bancada do PMDB marcada para as 14h30 desta terça (11) na Câmara.

De acordo com Cunha, uma das maiores insatisfações do partido com o governo é a falta de diálogo sobre alianças regionais nas eleições de 2014. Entre os estados em que há maior divergência entre PT e PMDB no lançamento de candidatos a governador estão Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Ceará.

O peemedebista reiterou ainda que o partido não indicará nomes para o comando de ministérios. Ele contou que o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) informou ter comunicado ao Planalto que não aceitará ser indicado para o comando do Ministério do Turismo. Isto porque, tradicionalmente, a vaga é de indicação da bancada do PMDB na Câmara.

“O que eu sei é que o Vital falou que não vai aceitar o cargo. É um gesto de apreço à Câmara”, afirmou.

Fonte: G1