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Ministério abre sindicância para apurar aposentadoria de Dilma

O Ministério do Desenvolvimento Social instaurou sindicância e exonerou dois servidores suspeitos de permitirem que a ex-presidente Dilma Rousseff furasse a fila para a aposentadoria do INSS.

Uma sindicância e um processo administrativo disciplinar vão checar se houve responsabilidade dos servidores Carlos Eduardo Gabas, ex-ministro da Previdência; Iracemo da Costa Coelho, gerente de uma agência do INSS em Brasília; e Fernanda Cristina dos Santos, chefe de divisão de Diretoria de Benefícios do INSS.

Os servidores foram afastados e os dois que têm cargo de confiança foram exonerados das funções.

Reportagem da revista “Época” desta semana diz que um dia após o impeachment de Dilma Rousseff, Carlos Gabas foi à agência da Previdência em Brasília, acompanhado de uma procuradora de Dilma, falou com o chefe da agência e deu entrada no requerimento de aposentadoria. Quando saiu da sala, a ex-presidente estava aposentada.

A reportagem diz que em 10 de dezembro, oito dias depois que o então presidente da Câmara Eduardo Cunha anunciou que havia aceitado o pedido de impeachment de Dilma, o cadastro trabalhista da ex-presidente foi refeito no sistema do INSS. Recebeu 16 alterações homologadas pela servidora Fernanda dos Santos.

A ex-presidente Dilma Rousseff já tinha direito a se aposentar porque cumpria as exigências legais.

O que chamou a atenção no processo da ex-presidente foi a agilidade na concessão do benefício. Hoje, um trabalhador espera, em média, 74 dias para conseguir agendar um horário nas agências do INSS e dar entrada na aposentadoria. Em Brasília, onde o pedido de Dilma Rousseff foi feito, são 115 dias em média.

O ex-ministro Carlos Gabas disse por telefone que não houve irregularidade ou favorecimento da ex-presidente. Que o pedido de aposentadoria chegou a ser agendado ainda em 2015, mas com o início do processo de impeachment, ela desistiu e reagendou para logo após o processo. Mas, de acordo com a reportagem da revista, não há registro desses agendamentos no sistema do INSS.

Em nota, a assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff declarou que não houve qualquer tipo de concessão ou tratamento privilegiado a Dilma. Segundo a assessoria, todas as alterações no cadastro tiveram o objetivo de comprovar os vínculos empregatícios da ex-presidente ao longo de 40 anos como funcionária pública. Ainda segundo a nota, quando decidiu se aposentar, Dilma deu uma procuração a uma pessoa de confiança, que foi à agência acompanhada do ex-ministro Carlos Gabas.

Em nota, a servidora Fernanda dos Santos disse que preparou um relatório sobre o cadastro previdenciário de Dilma Rousseff a pedido da Diretoria de Benefícios do INSS.

Segundo ela, os gestores temiam a exposição de dados da ex-presidente e, por isso, a regularização foi feita na direção central do INSS. Afirmou ainda que o processo seguiu todas as normas legais.

Fonte: Jornal Nacional