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Jaques Wagner: “Não posso ser governado por policiais”

O governador da Bahia, Jaques Wagner, manifestou apreço pela visita recebida neste sábado (4) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em meio à greve de parte da Polícia Militar. O petista lamentou o aumento do número de crimes por conta da paralisação, com 56 mortes desde terça-feira (31), e a possibilidade de que policiais estejam envolvidos em atos ilegais.

“Continuarei, como sempre foi a minha postura, aberto à negociação, mas eu não posso ser governado por policiais militares de arma em punho. Isso é a subversão completa do Estado democrático de direito”, afirmou Wagner em conversa com jornalistas durante a visita de Cardozo, que foi acompanhado pelo chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos Nardi, pela secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e pelo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello.

Wagner descartou completamente a possibilidade de conceder anistia aos policiais que nos últimos cinco dias incentivaram ou participaram de atos criminosos. “Não se trata de um ato de arrogância ou de intolerância. Se alguém depreda ônibus, carro da polícia, sai pelas ruas atirando para cima, mata moradores de rua, qualquer coisa dessas é crime independente de quem o cometeu. Ultrapassar a democracia com a violação da lei, comigo não tem acordo”.

Ele negou ainda que tenha determinado que o Batalhão de Choque e o Comando de Operações Especiais promovam a desocupação da Assembleia Legislativa, onde acampam manifestantes que exigem aumento salarial. Sobre a reivindicação, o governador apontou que, em cinco anos de gestão, concedeu 60% de reajuste, o que representa um ganho real de 35%.

Já o ministro da Justiça aproveitou a visita para informar que estão à disposição três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança. Neste sábado, 700 militares se somaram a outros mil e oitocentos que já estão reforçando as ações de segurança pública em Salvador e em algumas cidades do interior.

Cardozo afirmou que os crimes cometidos por policiais serão enquadrados na legislação nacional, e condutas ilegais acarretarão em transferência para presídios federais. 12 mandados de prisão foram concedidos até o sábado. “O Estado de Direito não permite o abuso do próprio direito. Isso [a greve], da forma como está sendo tratado, é inaceitável.”

Fonte: Rede Brasil Atual

Um comentário sobre “Jaques Wagner: “Não posso ser governado por policiais”

  1. machado freire

    A Bahia vive (vegeta) dias terríveis e a partir de hoje a população vai contar com uma força tarefa das tropas das forças armadas.

    È uma medida que visa, apenas, atenuar os problemas causados pela ausência da segurança do estado, por conta greve.

    Tudo isso teria sido evitado se as partes tivessem atentado para a gravidade do problema que está descambandol (já descambou) para uma situação insuportável, quando a população não tem mais como andar nas ruas sem medo de morrer; quando os comerciantes não t~em nem como abrir as portas dos eus pontos comerciais. E mil tantos outros problemas.

    O movimento paredista do aprelho policiai estatal faz o seu papel, embora de forma atabalhoada e inconsequente, deixando que a coisa descambe para uma situação insuportável.

    O estado (o governo estadual) farrapou, ao não acompanhar o problema mais de perto, com a antecedência que o caso enseja e que lhe permitisse um diálogo constante e frequente com as polícias do Estado. Ou seja, houve um descaso este resultou nessa coisa indesejável que está ai naquela que outrora era chamada de “Boa Terra”.
    Acho que sim, quando Jorge Amado era comunista. Aliás (Deus tape suas ouças) ele morreu de forma melancólica, como um adesista do sistema miserável implantado na Bahia por Antonio Carlos Magalhães.