Ponto de Vista: Conselho aos candidatos!

Quando fazemos uma retrospectiva do passado, das pessoas que fizeram parte da política brasileira, não muito longe, constatamos que houve um grande retrocesso.

Muitas pessoas de bem deixaram a política partidária e outras tantas que poderiam entrar pra política, se viram desmotivadas e até mesmo decepcionadas com o que veem todo dia.

São discussões de baixo nível entre àqueles que têm o dever de defender a causa comum mas se importam apenas com aquilo que lhe interessa; escândalos e mais escândalos sem que os envolvidos se preocupem com a repercussão negativa que lhe atinge; o político detentor de mandato trabalha diuturnamente visando assegurar na próxima eleição o seu mandato.

Vemos uma verdadeira quebra de braço entre os políticos da situação e oposição, paralisando o andamento das ações, com prejuízo incalculável para a economia, para os estudos em geral, obviamente, causando o atraso da máquina pública.

Vemos que a única saída está na consciência daqueles que, livremente, com independência, possam escolher os candidatos, os menos ruins.

E como se dar essa escolha, fazendo um estudo do comportamento de cada um que se apresenta para o pleito, eliminando de plano aqueles que não tenham projetos possíveis de acontecer; que propagam o singular “eu” ao invés de “nós”; que fazem da política um “negócio seu” e, sobretudo, àquele que não tenha a capacidade de diálogo, sem separatismo e sim visando avançar em tudo que propõe a boa política.

Precisamos, sem dúvida, abolir a prática do “é dando que se recebe”que tanto mal causa ao país.

Deixamos a política partidária mas não desistimos da discussão em prol do desenvolvimento da sociedade brasileira.

Por Alvinho Patriota

Se não controlarmos gastos obrigatórios, teremos crise fiscal, diz ex-ministro da Fazenda

O ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, criticou, neste sábado, a condução da política econômica do governo federal e alertou para os riscos de uma crise fiscal e financeira no Brasil caso os gastos obrigatórios do governo não sejam controlados.

“Embora seja difícil para prever quando essa crise vai chegar, eu não tenho dúvida em afirmar que se não forem atacadas essas questões dos gastos obrigatórios, nós temos um encontro marcado com uma grande crise fiscal, que desaguará em uma crise financeira”, disse em entrevista à CNN.

De acordo com Nóbrega, entre 96% e 98% dos gastos primários federais são relacionados a despesas obrigatórias, como saúde, educação, pessoal, Previdência, fundos constitucionais e programas sociais. Esse nível é considerado muito elevado e sem paralelo no mundo.

No Brasil, segundo ele, as prioridades já foram definidas “para sempre”.

Ele ressaltou que áreas do governo já manifestaram preocupação com essa situação, como a ministra Simone Tebet em relação à vinculação do salário mínimo com a Previdência, e o próprio ministro Fernando Haddad sobre a vinculação de impostos à educação e saúde.

No entanto, Nóbrega acredita que essas são vozes isoladas e que o governo Lula não tem vontade política de atacar o problema.

O ex-ministro também criticou a decisão do governo de mudar a meta fiscal para 2025, adiando a promessa de economizar cerca de R$ 50 bilhões, ou 0,5% do PIB.

Nóbrega afirmou que a medida “pegou muito mal no mercado” e gera a impressão de que o governo está mais comprometido com os gastos do que com a geração de superávit primário, fundamental para controlar a expansão da dívida pública.

Críticas à MP da desoneração

O ex-ministro ainda criticou a medida provisória que estabeleceu a compensação da desoneração de 17 setores, classificando-a como “desastrosa”.

Segundo ele, a utilização dos créditos do PIS/Cofins como compensação atingiu em cheio o setor exportador, o mais dinâmico da economia, além de criar insegurança jurídica para as empresas.

Nóbrega afirmou que o governo deverá rever essa medida, seja desistindo da ideia, seja correndo o risco de o Senado devolver a MP, alegando até sua inconstitucionalidade.

Fonte: CNN

Ronnie Lessa detalha morte de Marielle: ‘Missão que se tornou difícil’

O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, detalhou, em novos depoimentos de delação premiada, a execução do crime, no Rio de Janeiro, em 2018.

Os depoimentos foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Alexandre de Moraes retirar o sigilo das oitivas que ainda não tinham sido divulgadas.

Em um dos depoimentos prestados no ano passado aos investigadores da Polícia Federal (PF), Lessa disse que testou a submetralhadora usada no crime para verificar se o silenciador da arma estava funcionando. Os disparos foram feitos em terreno de área dominada por uma milícia. A arma foi jogada em um córrego da região após o assassinato.

“Eu posicionei a metralhadora, engatilhei e disparei. Fiz esse disparo com uma rajada curta. Acredito que uns cinco ou seis tiros, no máximo, tenham sido disparados. Esses projeteis estão alojados na terra”, afirmou.

O ex-policial também informou que monitorou por três meses a rotina da vereadora e teve dificuldades iniciais para realizar o homicídio. Segundo Lessa, Marielle foi seguida até um bar, local que, segundo ele, era de difícil acesso, assim como sua residência.

“Essas tratativas [em] que nós não conseguimos lograr êxito, levaram a gente a procurar outros meios. Nós tínhamos a informação de um bar que ela frequentava, nós conseguimos localizar esse bar, que é na Praça da Bandeira, ali próximo, só que também [era] outro lugar de difícil acesso. Era uma missão que se tornou difícil”, disse.

Em outro depoimento, Lessa afirmou que receberia um loteamento em troca da execução de Marielle. Segundo ele, a promessa foi feita pelo ex-policial Edmilson Macalé, que atuava em conjunto com Robson Calixto, o Peixão, outro investigado pela suposta ligação com os irmãos Brazão. Macalé foi assassinado em 2021.

“A proposta era matar a vereadora Marielle, e a proposta era que nós ganharíamos um loteamento, eram dois loteamentos em questão, um seria deles, dos mandantes”, afirmou.

Pós-crime 

O ex-policial ainda complementou que, após executar a vereadora, foi para um bar assistir a um jogo do Flamengo. “Eu peguei meu carro e fui para o Resenha, que é o restaurante. Nesse dia, era o jogo do Flamengo com o Emelec. Nós paramos para assistir, e estava bem cheio”, completou.

Os depoimentos divulgados nesta sexta-feira completam a primeira parte da delação, liberada em março deste ano após a prisão dos envolvidos no crime.

Lessa é um dos delatores do caso Marielle e apontou, em outros depoimentos, os irmãos Brazão como mandantes do assassinato. Segundo o ex-policial, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), atuaram como mandantes do homicídio da vereadora. Todos estão presos.

Fonte: Estado de Minas

Barrada nos EUA, China coloca Brasil na mira dos carros elétricos

Com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de taxar em 100% os veículos elétricos importados da China, montadoras do país asiático encontraram um novo mercado – o Brasil.

De acordo com dados da Associação de Passageiros de Carros da China, o número de carros elétricos e híbridos vendidos para o Brasil atingiu 40.163 unidades em abril, um aumento de 13 vezes em relação ao mesmo período do ano passado.

Ainda segundo o relatório, o Brasil se tornou o maior mercado estrangeiro para veículos elétricos chineses pelo segundo mês consecutivo.

Não por coincidência, tanto a BYD quanto a rival Great Wall Motors planejam a construção de fábricas em território brasileiro.

Os dados mostram ainda que o México também experimenta rápido crescimento na venda de veículos chineses.

Segundo a agência de notícias Reuters, houve aumento de 27% nas vendas apenas nos primeiros quatro meses deste ano.

A BYD, inclusive, apresentou sua primeira picape, uma híbrida chamada Shark, numa feita mexicana.

O relatório mostra ainda que as montadoras chinesas desejam entrar com força na Europa, um dos mercados mais importantes da americana Tesla, de Elon Musk.

A BYD está erguendo uma fábrica na Hungria e planeja vender um de seus modelos, o Seagull, que na China sai em torno de 10 000 dólares, no continente.

Segundo estudos da BYD, o modelo deve ser vendido por 20 000 euros na União Europeia.

Já Nio abriu  um novo showroom em Amsterdã. E a Xpeng lançou dois SUVs para o mercado europeu.

A penetração dos elétricos chineses na União Europeia, porém, está sujeita a solavancos.

Isso porque o bloco abriu investigação sobre os subsídios que o governo chinês dá às montadoras. E poderá impor sobretaxas se ficar comprovado que os elétricos da China são vendidos a preços artificialmente baixos.

Fonte: VEJA

Morre Maria da Conceição Tavares, ícone do pensamento econômico desenvolvimentista

Morreu neste sábado, aos 94 anos, a economista Maria da Conceição Tavares, um dos principais nomes do pensamento desenvolvimentista, que defende uma maior intervenção do Estado na economia para estimular o crescimento. De acordo com amigos e familiares, ela estava em casa, e morreu dormindo, durante a madrugada.

Nascida em Portugal, em 1930, e radicada no Brasil desde 1954 – se naturalizou brasileira em 1957 -, Maria da Conceição foi professora na Universidade de Campinas (Unicamp) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi deputada federal pelo PT entre 1995 e 1999 e participante ativa do debate público sobre política econômica, sobretudo no período da redemocratização, nos anos 1980.

“Conceição ensinou toda uma geração que economista não era uma questão de mercado. Comemoramos o prazer de ter vivo na mesma época”, afirmou a economista, amiga e ex-aluna de Maria Conceição Tavares, Gloria Moraes, ao informar o falecimento.

Era uma crítica feroz do liberalismo e neoliberalismo econômico. Em artigo publicado no site da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, em 2021 – ainda no goveno de Jair Bolsonaro -, escreveu: “Com o neoliberalismo não vamos a lugar algum. Sobretudo porque, repito: historicamente o Brasil nunca deu saltos se não com impulsos do próprio Estado. Esses últimos dois anos têm sido pavorosos, do ponto de vista econômico, social e político. Todas as reformas propostas são reacionárias, da trabalhista à previdenciária. Vivemos um momento de ‘acerto de contas’ com Getúlio, com uma sanha inquisidora de direitos sem precedentes. Trata-se de um ajuste feito em cima dos desfavorecidos, da renda do trabalho, da contribuição previdenciária, da mão de obra. O Brasil virou uma economia de rentistas, o que eu mais temia. É necessário fazer uma eutanásia no rentismo, a forma mais eficaz e perversa de concentração de riquezas.”

Em 2015, em um evento em sua homenagem no Rio, disse que o Brasil precisava de uma aliança ampla com diversos setores da sociedade, para além de uma “frente de esquerda”, para vencer a crise política, e uma política de substituição de importações para vencer a crise econômica. “Hoje é fundamental recuperar a esperança porque a conjuntura está muito adversa”, disse.

No mesmo evento, disse não crer na possibilidade, no curto prazo, de se levar adiante um projeto de desenvolvimento econômico do País com inserção internacional. Nem mesmo quando “o Estado nacional recuperar sua capacidade de operação, pelo menos fiscal” ou com o câmbio mais favorável às exportações. Isso porque, segundo ela, o fim do superciclo de commodities e a desaceleração do crescimento da China seriam obstáculos difíceis de transpor. Por isso, a saída para a economia nacional, disse, seria “voltar ao começo”.

“Temos de fazer, por um lado, por razões de conjuntura internacional e interna, um esforço de substituição de importações outra vez e, por outro, fazer um Estado social de bem-estar, porque esse curso dos últimos dez anos não pode ser interrompido”, afirmou. Ela dizia ser possível manter políticas de distribuição de renda com a substituição das importações e com investimentos em infraestrutura.

Fonte: Estadão