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Governo do Panamá diz que não aceita que país vire ‘bode expiatório’

O governo panamenho afirmou nesta terça-feira (5) que não vai aceitar que o Panamá vire “um bode expiatório” após os vazamentos dos chamados “Panama Papers” e não descarta a aplicar reciprocidade a países que o incluam em listas negras.

“Não vamos aceitar que se use o Panamá como um bode expiatório de ações e responsabilidades de terceiros. Cada Estado deve impor as suas empresas e seus cidadãos suas leis e regulamentos”, disse o ministro da Presidência, Alvaro Alemán.

No fim de semana ocorreu o  vazamento do “Panama Papers”, gerando um escândalo internacional de suposta ocultação de dinheiro por meio de empresas off shore que envolve políticos, empresários e celebridades. Documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca citam personalidades de todo o mundo que teriam procurado a empresa para supostamente esconder fortunas em paraísos fiscais.

No entanto, em princípio, ter offshore não é ilegal desde que ela seja declarada às autoridades competentes.

No caso do Brasil, por exemplo, os documentos, revelaram 107 offshores ligadas a empresas e políticos citados na operação Lava Jato.

França
O ministro de Finanças da França, Michel Sapin, anunciou nesta terça-feira que o governo do país decidiu recolocar o Panamá em sua lista de paraísos fiscais e pediu uma ação internacional para lutar contra a falta de transparência e a fraude.

“A França decidiu recolocar o Panamá na lista de países não cooperativos, com consequências para todos os que fizeram transações com o Panamá”, disse Sabin em uma audiência na Assembleia Nacional.

O ministro afirmou que o Panamá “pretendeu fazer crer” que era capaz de respeitar os princípios internacionais sobre transparência financeira e lamentou que essas ações tivessem permitido que o país saísse da “lista negra de paraísos fiscais”.

O secretário de Estado de Fazenda, Christian Eckert, lembrou que o Panamá era considerado como um paraíso fiscal até o final de 2011. Em dezembro, o governo da França alertou as autoridades panamenhas que se não houvesse cooperação na troca de informações sobre as operações financeiras recolocaria o país na “lista negra”.

A advertência foi reforçada em meados de fevereiro, após uma conversa de Sapin com o ministro de Finanças do Panamá.

Por causa do retorno à relação, as transações entre os dois países serão retidas pelo fisco francês, exceto nos casos em que haja uma “justificativa econômica”. “Já há investigações contra um certo número de pessoas que foram citados nesses vazamentos”, disse Eckert, sem revelar mais detalhes nem os nomes investigados.

Fonte: G1