Muito me orgulho de ter sido amigo de Luiz Gonzaga e do padre João Câncio dos Santos que, juntamente com o poeta Pedro Bandeira (único que resta vivo), criaram a Missa do Vaqueiro, há 46 anos, no Sítio das lajes, em Serrita.
Convivi com eles por muito tempo, desde a celebração da primeira missa que foi oficializada praticamente dentro das caatingas. A iniciativa dessas inesquecíveis figuras humanas – por quem guardo grande respeito e admiração, era uma só: homenagear o homem do campo, através do vaqueiro, uma atividade quase em extinção. “A Missa é um grito de Justiça no Sertão”, dizia o padre João, filho de seu Chico barbeiro (que morava em Petrolina) e pároco de Serrita, Moreilândia e Bodocó. Contemporâneo e amigo do padre Mansueto de Lavor, filho de Serrita, que abraçou a carreira política.
A conhecida “festa das Lajes”, do ponto de vista social e cultural se bastava com a celebração da Missa e a vaquejada que antecedia o ato religioso. Agora, exigem gastos milionários do Governo do Estado para a contratação de artistas – deles sem nenhum compromisso com a cultura regional. Exploram os barraqueiros e cobram muito caro pelo estacionamento de um veículo, afugentando as próprias famílias dos vaqueiros da região. Os preços das comidas e bebidas são por demais abusivos. Um dia isso vai ter que acabar!