Visando cobrar do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) o cumprimento dos encaminhamentos feitos durante audiência pública, realizada no ano passado, famílias agricultoras do município de Ingazeira, no Sertão do Pajeú, ocupam neste momento o canteiro de obras da Barragem de Cachoeirinha.
Residentes nas áreas que estão sendo desapropriadas, em virtude da construção da barragem, as quase 400 famílias denunciam que a indenização oferecida não considera a benfeitoria e o valor da terra.
Segundo a Fetape, muitas pessoas são posseiras das terras, ou seja, não possuem documentação, mas vivem no local há muito tempo. Essa condição pode implicar na perda de direitos, por parte dos moradores da comunidade.
Impasse
Diante do impasse, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais dos municípios de Tabira, São José do Egito, Tuparetama e Ingazeira, juntamente com a Fetape, convocaram uma audiência com o Dnocs, no dia 12 de novembro de 2013. Na ocasião do Departamento se comprometeu a rever as avaliações e as indenizações das famílias, a partir de 18 de novembro daquele mesmo ano; apresentar uma solução para a situação dos posseiros, em um prazo de 60 dias, a contar da data de realização da audiência; e envolver o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), na busca por uma solução para a questão das terras dos posseiros.
Segundo os moradores do local, “até hoje, nenhum dos acordos foi encaminhado”. O movimento em defesa das famílias de Cachoeirinha também afirma que, antes da audiência, realizaram sucessivas reuniões com o DNOCS, que também tiveram os seus encaminhamentos descumpridos pelo órgão. Com o protesto, as famílias pretendem ao menos que o DNOCS informe o valor a ser pago pelas indenizações e o prazo para o início dos pagamentos. Também participam da manifestação, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Paróquia do Município de Tuparetama.
Da redação do Blog Alvinho Patriota
