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Ex-ministro de Dilma, Castro será o candidato do PMDB à presidência da Câmara

Ex-ministro do governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, Marcelo Castro (PI) foi escolhido nesta terça-feira, 12, pela maioria da bancada do PMDB na Câmara como o candidato do partido à presidência da Casa. A vitória de Castro, que votou contra o impeachment de Dilma, além de intensificar o racha na base aliada do presidente interino, Michel Temer, evidencia o descontentamento de parte do próprio partido com sua gestão. A decisão de lançar uma candidatura própria foi definida na segunda-feira, 11, pelo PMDB, que até então só iria ter candidaturas avulsas.

Segundo Castro, contudo, a legenda sai mais unida da votação. “O PMDB tem vivido nos últimos tempos momentos de divisões e contradições e isso é uma página virada na nossa história. O PMDB está unido para trabalhar para conseguir o melhor para o nosso povo e para o Brasil. Começamos agora uma nova etapa, pois essa é uma campanha que vai além do partido”, declarou.

Além de reunir apoio entre os parlamentares insatisfeitos com Temer, Castro também foi escolhido pela possibilidade de trazer os votos do PT, segunda maior bancada da Casa, e de outras siglas menores da oposição, como o PCdoB. Na disputa com Castro, nesta segunda-feira, estavam Carlos Marun (MS) e Osmar Serraglio (PR).

No segundo turno, Castro disputou com Serraglio e recebeu 28 dos 46 votos. Já o paranaense teve 18 votos. No primeiro turno, Castro tinha recebido 17 votos, enquanto Marun e Serraglio empataram em 11 votos e outros 7 se abstiveram. O critério de desempate foi por idade. Apesar de Marun e Serraglio terem concordado em não lançar suas candidaturas, o deputado Fábio Ramalho (MG) deve manter candidatura avulsa ainda pelo PMDB.

Questionado se irá pedir o apoio do PT, Castro respondeu que irá “pedir o apoio dos 512 deputados”, mas que poderá contar com o apoio da oposição. “Não existe nenhum acordo com ninguém, eu tenho telefonado para todos indistintamente. É evidente que quem quer ser candidato tem que se articular porque são 28 partidos. Por isso pedi que todos trabalhem incansavelmente.”

Castro também disse que o fato de ter votado contra o impeachment não irá fazê-lo perder votos. “Não será um complicador. Acho que todos entenderam meu gesto, porque eu era ministro dela. Meus colegas entenderam que na situação em que eu me encontrava, não tinha como agir diferente. Eu estava moralmente e eticamente atrelado a aquele ato”, defendeu.

O ex-ministro minimizou a grande quantidade de candidatos do PMDB e disse que, por ter sido escolhido entre outros quatro candidatos, ganhou mais força para a disputa. Ele também negou que a decisão do PMDB de lançar candidatura própria demonstre um racha na base aliada, que possui diversos candidatos.

Fonte: Agência Estado