Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Empresas carbono-eficientes

O conceito de sustentabilidade chegou para ficar nos mercados financeiro e de capitais. Depois que os bancos começaram a se render aos chamados financiamentos verdes, a Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&Bovespa)e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram o Índice Carbono Eficiente (ICO2).Assim, dão importante passo para difundir uma cultura corporativa ambientalmente sustentável no mercado de ações brasileiro, ajudando a preparar as empresas para o futuro em uma economia de baixo carbono.

A proposta de criação do índice foi anunciada na 15ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP-15), no ano passado, em Copenhague. A primeira carteira, no entanto, foi lançada no dia 2 de dezembro passado, aproveitando a realização da COP-16, de 29 de novembro a 10 deste mês, em Cancún, no México.

“O ICO2 é um instrumento econômico importante para estimular as maiores empresas com ações em Bolsa a levantar e divulgar suas emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), primeiro passo para a adoção de práticas de gerenciamento destas emissões”, explicou Sonia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da BM&FBovespa.

Um bom começo: Segundo Sonia, companhias listadas no IBrX-50 – índice composto das 50 ações mais negociadas -, foram convidadas a integrar o ICO2, além de outras empresas emissoras de ações com alta liquidez na Bovespa e potencial para futuramente ingressar no IBrX-50. Das 58 empresas convidadas, 51 aceitaram participar voluntariamente do índice. Porém, apenas 42 foram incluídas na primeira carteira do ICO2, pois as outras nove ainda não fazem parte do IBrX-50.

Ao elaborarem e divulgarem seus inventários de carbono, dando transparência às suas emissões de GEE, as empresas sinalizam para o mercado que estão contribuindo para o desenvolvimento sustentável e também adotam boas práticas de governança.

Além do impacto positivo nas empresas e no meio ambiente, o ICO2 criará oportunidades para o desenvolvimento de produtos financeiros voltados aos investidores interessados nas questões ambientais, fator cada vez mais importante na avaliação dos investimentos.

A metodologia de cálculo do novo índice considera a relação entre a emissão de gases de efeito estufa das empresas e suas respectivas receitas na definição da composição da carteira teórica do ICO2.

A carteira será rebalanceada quadrimestralmente com base no free float das companhias, bem como anualmente (em setembro), com base no coeficiente de emissão de gases. Neste primeiro ano, no entanto, as empresas não serão obrigadas a apresentar seu inventário de emissões, o que se fará obrigatório no ano que vem.

Incentivo à redução: O gerente de Produtos Ambientais, Energia e Metais da BM&FBovespa, Guilherme Fagundes, disse esse índice será comparado com o de outras empresas do mesmo setor. Se a empresa listada no ICO2 tiver menos emissões que as outras, ganhará maior participação na formação do índice. “Se eu tinha 5% do índice e passei a ter 6,5%, o investidor que aplicar no ICO2 estará investindo mais na minha ação do que estava antes”, explicou Fagundes sobre o mecanismo de incentivo à redução de emissões.

O BNDES será o responsável pela criação de um fundo de investimentos referenciado no ICO2. Esse fundo terá cotas negociadas na BM&FBovespa. Desta forma, investidores que levam em conta a sustentabilidade das empresas em que aplicam seu dinheiro poderão comprar cotas desse fundo e estimular também a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Da redação do blog de Alvinho Patriota