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Em Curitiba, executivos e presidentes de empreiteiras fazem corpo de delito

Já estão de volta à carceragem da Polícia Federal em Curitiba os 12 investigados presos nesta sexta-feira (19) na Operação Lava Jato. Na manhã deste sábado (20), eles passaram por exames de corpo de delito. Entre os presos, estão os presidentes das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. A Polícia Federal transferiu deste sábado (20) para segunda-feira (22) o início dos depoimentos.

Os 12 presos nesta fase da Lava Jato – batizada de Erga Omnes, termo jurídico em latim para dizer que a lei vale para todos – foram levados pela manhã ao Instituto Médico-Legal (IML). Eles fizeram exame de corpo de delito, um procedimento padrão.

Entre eles, estão os presidentes da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. A prisão dos dois e de mais seis executivos é preventiva, por tempo indeterminado. Outras quatro prisões são temporárias, por cinco dias.

Todos chegaram a Curitiba na noite desta sexta-feira (19) e dormiram na sede da Polícia Federal, que agora está com 19 presos. A capacidade da carceragem é para 18 pessoas, mas pode receber até 24, com a colocação de colchões nas celas.

Na tarde deste sábado (20), advogados levaram comida e cobertores para os presos. As investigações da Polícia Federal apontam que a Odebrecht e a Andrade Gutierrez participavam do cartel de empreiteiras que teria sido montado para fraudar licitações da Petrobras.

Segundo o juiz Sérgio Moro, que decretou as prisões, o esquema usado pelas duas construtoras era mais sofisticado do que o das outras empresas. De acordo com as investigações, o pagamento da propina era feito no exterior por meio de contas secretas.

Um dos documentos usados para justificar as prisões foi um comprovante de uma transação de US$ 300 mil para uma conta controlada pelo ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco. O nome da Odebrecht aparece como responsável pela operação. A Justiça chegou a considerar que era um comprovante de depósito da Odebrecht para Pedro Barusco.

Mas, em outro despacho, o juiz escreveu que “o Ministério Público Federal tinha esclarecido que o documento indicaria a aquisição na carteira de investimentos vinculada à conta de Pedro Barusco de títulos da Odebrecht”. Ou seja, Barusco estaria comprando títulos da Odebrecht.

Para os procuradores, “não é possível afirmar nem afastar a possibilidade de que a compra tenha se dado pagamento de propina”.

O juiz Sérgio Moro declarou que são “necessários melhores esclarecimentos sobre a transação”, mas ressaltou que “a informação não altera significamente o quadro de provas que levou às prisões”.

Na noite desta sexta-feira (19), a advogada da Odebrecht fez um pronunciamento sobre a prisão dos executivos da empresa. Ela disse que eles estavam colaborando com as investigações e criticou a decisão da Justiça. “O comportamento é de profundo e inequívoco respeito às instituições do país e ao Poder Judiciário brasileiro. Não há nada, absolutamente nada, que sugira a necessidade de uma medida de força como a que foi durante imposta na data de hoje”, diz Dora Cavalcanti.

Desde o início da Operação Lava Jato, em março do ano passado, outros 13 executivos e ex-executivos ligados a seis empreiteiras já tinham sido presos e viraram réus. Entre eles, quatro presidentes e quatro vice-presidentes de construtoras.

Os 12 presos na 14ª fase da Operação Lava Jato ainda não prestaram depoimento. Segundo a Polícia Federal, quatro deles serão ouvidos na segunda-feira (22). O presidente e um diretor da empresa Andrade Gutierrez entraram com pedido de habeas corpus para deixar a prisão. Esses pedidos ainda não foram analisados pela Justiça.

A Andrade Gutierrez declarou que seus executivos são inocentes e que as prisões foram abusivas e decretadas sem nenhum indício. A empresa também afirmou que nunca participou de cartel, acordo ou fraude em licitações e que, mesmo sendo a segunda maior empreiteira do país, era a 14ª colocada entre as empresas contratadas pela Petrobras no período investigado.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesse sábado (20) que as empresas investigadas na Operação Lava Jato podem firmar novos contratos com o poder público, inclusive se vencerem licitações do novo programa de concessões. Cardozo declarou que não pode haver proibição de contratações sem o devido processo legal, no qual seja assegurado o direito de defesa.

No despacho, o juiz Sérgio Moro afirmou que, caso as prisões dos executivos não fossem efetivadas, a única alternativa eficaz para conter as fraudes em obras públicas seria a proibição de novos contratos. O juiz ressaltou que isso prejudicaria a economia.

Fonte: Jornal Nacional

Um comentário sobre “Em Curitiba, executivos e presidentes de empreiteiras fazem corpo de delito

  1. Romualdo

    Votei na Marina no primeiro turno, e foi uma campanha difícil de aguentar. Foram muitos ataques, muitas mentiras, muita violência, muitas maldades, contra ela e seus eleitores. Aquele período pude conhecer o significado de ÓDIO POLÍTICO. Hoje, eu estou saboreando sim a decadência do PT, pois é composto de gente maléfica, que não tem nenhum problema em DESTRUIR os outros para alcançar os seus objetivos… Felizmente esse ciclo está chegando ao fim, com requintes de crueldade. Eles estão pagando tudo que fizeram contra seus adversários políticos. Dia 16 de agosto tem novo protesto. É a hora de acabar com esse partido escória!