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É preciso mudar. Sempre!

Por Machado Freire

Nos idos de 1978, estávamos engajados na campanha para o Senado da República. Nosso candidato era Jarbas Vasconcelos, pelo velho MDB. Favoritíssimo, contra dois candidatos da Arena. Bradávamos em praça pública (denunciando a covardia e desigualdade sustentadas pela ditadura de 64): são dois contra um e o povo contra os dois !

Em um belo dia do mês de junho a comitiva da oposição (Marcos Freire, minha querida Cristina Tavares, Roberto Freire, Mansueto de Lavor Gonzaga Patriota e outros companheiros de luta) fomos fazer um trabalho em Exu, onde nenhuma liderança importante do município ou da região nos apoiava.

Éramos “simpáticos” dos Alencar, por causa da sua afinidade com o velho amigo Miguel Arraes, que “matava e morria por eles”.

Pois bem. Como não existia um hotel para acomodar tanta gente, ficamos hospedados no casa de Luiz Gonzaga, que tantas vezes me recebeu tão bem.

Pernoitamos, e na manhã seguinte, na hora de tomarmos o suculento café , todos sentados à mesa farta, eis que aparece o Rei do Baião.

Habilidoso, o fotógrafo Mauricio Coutinho (que não está mais conosco neste mundo de meu Deus), se posicionou para tirar “aquela foto” para o Diário de Pernambuco.

Antes do rei lhe abraçar, Jarbas murmurou (para todos nós ouvirmos): tô lascado, se eu sair na foto com esse azarão!

Maurício Coutinho cumpriu a missão dele, Jarbas teve mais votos do que Nilo Coelho, mas perdeu no tapetão.

E eu, endiabrado que só vendo, fui pro centro da praça da matriz – com a coragem que Deus me deu, abrir o comício da oposição que, àquela altura, fazia um trabalho dos mais sérios em política que já vi: pra derrubar a ditadura, que derrubamos alguns anos depois com uma série de conquistas, começando com o fim do bipartidarismo, eleições diretas para os prefeitos da capitais, fim do senador biônico. Finalmente, com eleição direta para presidente da República.

E hoje temos o mensalão e outras sacanagens . A juventude brasileira precisa se organizar, com seriedade e determinação, para mudar essa coisa que está ai.

Sempre fui contra o continuísmo, as oligarquias…

Renovar é preciso!

Sempre!