Sem água com frequência em casa há pelo menos cinco meses, a dona de casa Maria do Socorro Dejanira, 64 anos, não sabe mais o que fazer ou a quem recorrer para resolver seu problema. A moradora da casa n° 191 da Rua Francisco Barbosa, bairro Planalto, cidade de Salgueiro, disse para nossa reportagem na tarde desta sexta-feira (12) que não tem água nas torneiras sequer para fazer o almoço e o jantar. “Passa de 8 a 15 dias sem chegar nenhum pingo de água e quando chega é só nas torneiras de fora e só um pouquinho, bem fraquinha”, denuncia.
Dejanira afirma que tem um filho deficiente que só toma banho de chuveiro, mas a água é tão fraca que nem consegue subir para as tubulações superiores da residência. Ainda de acordo com a dona de casa, o problema é só em seu imóvel, nas outras casas da rua chega água e as pessoas desperdiçam lavando calçadas e aguando plantas. As faturas enviadas religiosamente todos os meses pela Compesa, segundo Dejanira, estão em dias, mas o líquido não está chegando. A cidadã declara que já procurou a Compesa de Salgueiro três vezes. “Eles dizem que vão lá ver qual o problema, mas nunca vão”, pontua.
Andando com dificuldades, ao lado do filho deficiente, dona Maria deslocou-se alguns quilômetros a pé do bairro Planalto até o centro de Salgueiro, esta tarde, em mais uma tentativa de ser atendida pela Companhia Pernambucana de Saneamento, que está nas mãos do Governo do Estado. Ela espera que os atendentes, pelo menos desta vez, não anotem a reclamação e arquivem na gaveta como fizeram das outras vezes que foram procurados. Afinal de contas, apesar de ser pobre, a humilde senhora ainda tem algo que ninguém pode lhe tirar: a esperança de dias melhores em um mundo que gira ininterruptamente.
Por Chico Gomes
