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Delegados discutem e trocam acusações sobre sumiço de Amarildo

O delegado assistente responsável pela investigação que resultou na operação Paz Armada, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, acusou, em entrevista à rádio CBN, que o delegado Orlando Zaccone descartou o relatório dele que indicava que o pedreiro Amarildo de Souza e a mulher, Elisabete, faziam parte do esquema de tráfico de drogas da comunidade. Segundo Ruchester MarreIros, Amarildo facilitava reuniões de traficantes na casa dele e permitia que a residência fosse usada como rota de fuga, além de dificultar ações policiais na favela.

“Fizemos um trabalho de investigação que não foi levado em conta pelo delegado e nem pela promotoria”, disse Ruchester, que indicou no relatório que Amarildo e outro adolescente ligado ao tráfico teriam danificado as câmeras da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Também em entrevista à CBN, o delegado Orlando Zaccone negou que o relatório tenha sido descartado, mas acusou-o de ser frágil.

“Ele diz que a casa era usada como rota de fuga. O doutor Ruchester está dizendo coisas sem fundamento. A casa deles tem dez metros quadrados e não pode ser rota de fuga de traficantes”, disse o delegado, afirmando que em todas as vezes que conversou com a mulher de Amarildo, quando começou a investigar o caso, não chegou nunca a tocar no assunto do envolvimento do tráfico.

“Se uma ‘Bete’ é indicada como parte do tráfico eu não posso dizer que seja a mesma pessoa sem aprofundar a investigação”, ressaltou Zaccone.

Ruchester disse ainda que não sabia os motivos de seu afastamento da delegacia, mas, de acordo com Zaccone, ele foi convidado pela chefia de polícia para assumir a delegacia de Crimes Cibernéticos para Investigar os recentes casos de vandalismo na cidade e aceitou. Apesar do bate-boca entre os dois delegados, as investigações sobre o desaparecimento de Amarildo estão nas mãos da Delegacia de Homicídios.

O desaparecimento de Amarildo
Amarildo sumiu no dia 14 de julho, após ser levado por policiais militares para a UPP, a fim de prestar esclarecimentos. O comandante da unidade, major Edson dos Santos, afirmou que o pedreiro deixou a base caminhando e depois não foi mais visto. O sumiço do pedreiro ganhou notoriedade depois de virar tema das manifestações de rua, no Rio e em outras capitais, com a frase “Cadê Amarildo?” estampada em faixas e cartazes.

Fonte: Terra

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